segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
A Lição do Jardineiro
Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone,
um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim.
Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto
de apenas 15 ou 16 anos de idade.
Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.
Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar
o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.
O garoto ligou para uma mulher e perguntou:
"A senhora está precisando de um jardineiro?"
"Não. Eu já tenho um", foi a resposta.
"Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo."
"Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha.
O meu jardineiro também faz isso."
O garoto insistiu:
"eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço."
"O meu jardineiro também, tornou a falar a senhora."
"Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível."
"Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente.
Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa."
Numa última tentativa, o menino arriscou:
"o meu preço é um dos melhores."
"Não", disse firme a voz ao telefone.
"Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom."
Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro:
"Meu rapaz, você perdeu um cliente."
"Claro que não", respondeu rápido.
"Eu sou o jardineiro dela.
Fiz isto apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo."
Em se falando do jardim das afeições,
quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste jardineiro?
E, se fizéssemos, qual seria o resultado?
Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno jardineiro?
Será que temos, sempre em tempo oportuno e preciso,
aparado as arestas dos azedumes e dos pequenos mal-entendidos?
Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença
nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?
Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza,
da simpatia entre os nossos amores, atendendo as suas necessidades e carências,
com presteza?
E, por fim, qual tem sido o nosso preço?
Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio,
cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer,
sem sufocá-las?
O amor floresce nos pequenos detalhes.
Como gotas de chuva que umedecem o solo ou como o sol abundante
que se faz generoso, distribuindo seu calor.
A gentileza, a simpatia, o respeito são detalhes de suma importância
para que a florescência do amor seja plena e frutifique em felicidade.
Autor: Adelmo Carlos Menezes
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