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sábado, 25 de dezembro de 2010

PREENCHENDO UM VAZIO CULTURAL


Em 1843, o escritor inglês Charles Dikens lançou a clássica história de Natal: ?A Christmas Carol?. (Conto de Uma Noite de Natal - com os 3 fantasmas etc).

A mensagem era a importância da boa vontade e caridade para toda a humanidade. O conto atingiu em cheio a sociedade americana e inglesa e mostrou aos membros da era Vitoriana, a importância e os benefícios de celebrar o Natal.

A família estava se tornando menos disciplinada e mais sensível às necessidades emocionais das crianças nos primeiros anos de 1800.O Natal oferecia uma data onde se podia dar presentes e atenção às crianças sem parecer que as estavam mimando. Os americanos começaram a celebrar o Natal com um perfeito feriado familiar.

Os velhos costumes começaram a ser abandonados. As pessoas procuraram recentes imigrantes católicos para saber como a data deveria ser celebrada.

Pelos próximos 100 anos os americanos construíram a tradição de Natal por conta própria incluindo, roupas, objetos e outros costumes, como a decoração de árvores, enviar cartões e dar presentes.

A maioria das famílias logo comprou a idéia de que estava celebrando o Natal como havia sido por séculos. Os americanos reinventaram o Natal para preencher as necessidades culturais de uma nação em crescimento.

De São Nicolau a Papai Noel

Na busca das raízes históricas de Santa Claus, é preciso ir fundo no passado para descobrir que Santa Claus é uma combinação de diversas lendas e criaturas mitológicas.

A base do Santa Claus cristão é o bispo Nicholas de Smyma (Izmir) onde, hoje é atualmente a Turquia.

Nicholas viveu no século 4 dc, quando o cristianismo estabelecia sua modernidade em Bizâncio (Turquia) e não em Roma, apesar de coexistirem Papas e líderes bizantinos. Ele era muito rico e generoso, sempre dando presentes para as crianças. Tinha o hábito de jogar presentes para as crianças pobres pelas janelas de suas casas.

A Igreja Ortodoxa Bizantina elevou St. Nicholas ao status de ?milagreiro?. Em sua honra, foi construída uma catedral na Rússia, hoje, a mais antiga do país. A Igreja Católica Romana honrou Nicholas por ele ter ajudado as crianças e os pobres, tornando-o santo das crianças e navegantes. Seu dia é o 6 de dezembro.

Posteriormente, com a adoção do .ather Christmas e a Reforma Protestante na Inglaterra, Nicolau foi perdendo sua posição de devoção cristã e aos poucos entrando num circuito paralelo mais voltado à caridade na sua data.

Com o uso mercantilista dado pelos oportunistas do marketing do início do século, passou de figura religiosa à figura comercial. Muitas vezes seu caráter religioso é relevado até por praticantes de outras religiões e de Santo, caridoso, passou a ser um mero objeto capitalista sendo explorado, vendido e comercializado em milhares de formas e produtos diferentes, mas até hoje, conserva as pesadas roupas de inverno e cores vencedoras - vermelho e branco - mesmo nos tórridos natais tropicais.

25 de dezembro foi aproveitado comercialmente, para passar de um feriado religioso, de louvor e introspecção, para apenas uma data mercantilista, onde todos se vêem compelidos, por uma tradição que julgam ser religiosa e milenar, a gastar seu décimo terceiro salário no mercado.

Como Christmas se tornou Natal?

Nas áreas Protestantes do centro e nordeste da Alemanha, St. Nicholas ficou conhecido como Weinachtsmann. Na Inglaterra como .ather Christmas, a partir de 1500.

Quando fez seu caminho junto com os imigrantes holandeses para os EUA, foi referido como Sinter Klass.

Como Christmas (referente a Cristo) e Santa Claus se tornaram Natal e Papai Noel?

Bem, Natal é fácil, pois em italiano, onde fica a sede da Igreja, a festa é chamada e il Natale o ?a aniversário (dia do nascimento)?. Em espanhol é Navidad.

Sinter Klass é um apelido de Sint Nikolaas (o holandês para São Nicolau). .oi ?inglesado? para Santa Claus.

Mas e o tal do Papai Noel?

Essa é mais difícil. Parte vem do francês, onde o Natal é chamado de Noel, que vem da frase ?les bonnes nouelles?, ?as boas novas?, tradicional do Novo Testamento.

E o ?Papai? vem da tradição inglesa de .ather Christmas ?Papai Christmas? que em francês virou Pêre Noël - Papai Noel.

Mas ainda tem mais um!

Não é só o Santa Claus americano do século XIX que foi inspirado em São Nicolau para aparecer na época de Natal. Outras figuras similares são populares em outras partes do mundo.

Christkind ou Kris Kringle entrega presentes para as crianças na Suíça e Alemanha. Significa ?Christ Child? em inglês ou ?Cristo Criança? e é uma figura tipo anjo que acompanha São Nicolau em sua missões de Natal. Por favor esqueça os filmes de Hollywood que dão o nome próprio de ?Kris Kringle? ou ?Mister Kringle?, ao Santa Claus quando ele se mistura com as pessoas normais!!!

Num filme lançado em 2002, ?Meu Papai é Noel?, com Tim Allen, temos a maior pisada de bola de tradução da história do convívio do cinema americano com os péssimos tradutores para o português. Em um determinado momento, Santa Clause (como é chamado no filme) está ao lado de um de seus duendes, olhando de binóculo a chegada da Mamãe Noel. O duende fala: ?Hei, it?s miss Santa Clause?, o que significa apenas: ?Ei, é a Mamãe Noel?, mas o tradutor sapecou: ?Olhe! É a cláusula de Mamãe Noel?... Em inglês ?clause? é realmente ?cláusula?.

Na Escandinávia, um elfo mágico chamado Jultomten, entrega presentes num trenó puxado por bodes...

A lenda inglesa também fala que .ather Christmas ?Papai Christmas? visita cada casa na véspera do Natal.

Pêre Noël é o responsável pelos presentes na .rança.

Na lendas russas, existe uma velha, chamada Babouschka (a mesma daquelas bonequinhas que ficam umas dentro das outras e significa vovó) que deu informações errada para alguns sábios, que não conseguiram chegar a Belém e encontrar Jesus, quando ele nasceu.

Depois, ela se sentiu culpada mas não conseguiu achar os homens ou desfazer o engano. Neste dia, 5 de janeiro, ela visita as crianças russas deixando presentes perto de suas camas, na esperança de que alguma delas seja o bebê Jesus e que ela será perdoada.

Na Itália há outra lenda sobre uma mulher chamada La Befana, que voa numa vassoura e joga os presentes pelas chaminés para as crianças boas.

O quebra-cabeças cultural que formou o Natal

O Natal como conhecemos hoje é uma invenção da era Vitoriana, ao redor 1860, tendo uns 140 anos de ?tradição milenar?. É o feriado mais celebrado no mundo e o resultado da fusão de diferentes tradições de diferentes regiões, de culturas religiosas e seculares.

Suécia - casas iluminadas

A maior parte dos países da Escandinávia honra Santa Lúcia (St. Lucy) a cada ano no dia 13 de dezembro. A celebração do dia de Santa Lúcia começou na Suécia, mas se espalhou para a Dinamarca e .inlândia em meados do século XIX. Nestes países esta data marca o início do Natal, também referido como ?pequeno Yule?.

Tradicionalmente, a filha mais velha de cada família, acorda mais cedo e vai acordar os outros membros da família, com um longo vestido branco com uma faixa vermelha e com um coroa com 9 velas acesas.

A iluminação de casas e ruas no Natal também vem dos países de inverno rigoroso para facilitar a visualização do caminhos durante os dias mais escuros e com menos visibilidade do ano, devido às nevascas.

A ciência e o Papai Noel - .im do Mito

Em 1925, quando, cientificamente, se definiu que as renas não podiam viver no Polo Norte, jornais americanos, revelaram que Santa Claus vivia, na realidade, na Lapônia, parte da .inlândia, onde não faltam renas.

Em 1927, num programa de rádio estatal finlandês, o locutor revelou que Santa Claus vivia na aldeia de Korvatunturi.
Em 1931 a Coca-Cola usou Santa Claus em suas propagandas e o popularizou ainda mais nos desenhos do ilustrador Haddom Sundblom que foram usados até 1964 e recentemente começaram a ser reeditados por falta de coisa melhor.

Curiosamente, os desenhos de Sundblom são auto-retratos: é a cara dele mesmo. Outros artistas e outros produtos usavam Santa Claus nas suas propagandas muito antes da Coca-Cola.

De 1931 a 1964 diversas empresas usaram a imagem de Santa Claus e não havia nenhum monopólio da Coca-Cola. Outros artistas fizeram desenhos até mais interessantes que os de Sundblom. (vários deles estão em nosso site http://jipemania.com/coke)

Podemos achar horrível a idéia de um Papai Noel fumante, mas e no conto original de Moore, ele fuma cachimbo. Só que também é um elfo pequeno, com um trenó em miniatura e mini-renas. Seu tamanho foi a solução de Moore para que ele entrasse pela chaminé.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Coca-Cola teve a sensibilidade de tirar a Santa Claus e substituí-lo pelos soldados em combate e os que retornavam para casa. Outras marcas não: o Santa continuou a divulgar produtos no Natal, mesmo com os homens americanos sendo trucidados mundo a fora.
Nas imagens do site, você poderá ver coisas horrorosas como Santa Claus fumando, anunciando até mesmo cigarros Camel e Luky Strike. Que presentão de Natal, hein? Câncer de pulmão, mas com sabor, baixos teores etc e tal...

Rudolf a nona rena

A rena de nariz vermelho é a mais famosa de todas as renas e nasceu uns 100 anos depois das outras oito renas voadoras. .oi criação de Robert L. May, que trabalhava na loja de departamentos Ward. Os nomes corretos das outras você pode ver no texto original de 1822, na próxima página.

Em 1939 May escreveu uma história com o tema de Natal para atrair mais clientes para a loja. .icando dentro do antigo tema de Moore, ele escreveu ?Twas the Night Before Christmas?, onde contava a história de Rudolf, uma jovem rena que tinha sido desprezada pelas outras devido ao seu grande nariz vermelho. .oram 117 anos depois do poema de Moore.

Mas quando houve nevoeiro na noite de Natal e Santa não conseguia ir a lugar nenhum, Rudolf liderou as outras 8 renas, iluminando o caminho com seu nariz vermelho e luminoso.

Em 1939, a Montgomery Ward vendeu 2,5 milhões de cópias dessa história. Quando foi reeditado em 1946, vendeu outros 3,5 milhões de exemplares.

Em 1949, Jonhy Marks escreveu uma música sobre a história que foi gravada por Gene Autry e vendeu, imediatamente 2 milhões de discos. Desde então, a história já foi traduzida para 25 línguas e filmada para a TV em 1964, é passada quase todo o ano até hoje.

O panetone

Como tudo sobre o Natal há várias versões que apontam para o mesmo lugar na Itália. Na primeira delas, que nos parece a errada, Ughetto Degli Atellani, um falcoeiro milanês de origem nobre, se apaixonou por Adalgisa, filha de um modesto confeiteiro chamado Toni. Para conquistar o coração da amada, o cavalheiro fingiu ser confeiteiro e inventou um pão delicioso, acrescentando à farinha e à levedura, manteiga, ovos, uvas passas e cascas de laranja e limão confeitadas. O duque de Milão, Ludovico Il Moro Sforza (1452-1508) autorizou o casamento, que foi celebrado na presença de Leonardo da Vinci e estimulou a fabricação do novo pão, o qual todos chamavam de "pane di Toni".

Na segunda versão o cozinheiro do Duque de Sforza teria tido problemas com a sobremesa de Natal e serviu um pão docê com recheio de frutas preparado por um de seus ajudantes de cozinha chamado Toni. O cozinheiro teria batizado o pão com o nome do ajudante.

A terceira versão parece a mais correta e vem da mesma época, quando a família italianas preparavam um pão especial para o Natal, um pão de luxo que no dialeto milanês se chamava ?pane de ton?. Mas o que conhecemos hoje surgiu em 1919, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, pelas mãos do confeiteiro, também milanês, Angelo Motta, até hoje uma das marcas mais conhecidas na Itália.

Ele alterou a receita da massa e deu a forma tradicionald e cúpula. Para isso a massa deve ficar em repouso durante 20 hora antes de ir ao forno e ganhar sua consistência macia e aerada.

Bem esse é o fim da história do Natal, pelo menos por enquanto...

José Roitberg

Fonte: jipemania.com

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