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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Essência do Natal


O presente é a junção das duas realidades do Natal: a
material e a espiritual. O ato de presentear não rouba a essência
da festa

O que foi que restou de todas as lendas que perpassam a história de Papai Noel e da mensagem de simplicidade e amor implícita nos fatos relacionados ao nascimento e à vida de Jesus? Talvez o desassossego dos centros de compra lotados, na véspera da data, mostrem um pouco do esquecimento da essência da festa. Uma deturpação da mensagem original.

Mas a questão é um pouco mais complexa. Ao longo das últimas décadas, a essência do Natal não vem se perdendo por causa do consumismo. A data é que congrega duas realidades: uma mais material, antropológica, do ser humano, e outra mais espiritual, a religiosa. "Natal e a junção das duas. O presente é também feito das duas realidades. É a abertura para o outro, que você concretiza na vida cotidiana, sendo que o laço social é feito pela troca, não de presentes, mas ele é símbolo da troca fundamental que é a família", analisa o professor Pierre Sanchis, doutor em sociologia pela Universidade de Paris. Para ele, a troca de presentes é a grande tradição que sobrou no simbolismo de todos os povos.

Segundo ele, os documentos oficiais da igreja combatem muito a deformação da data, falando da degradação de um tradição humana e sua transformação em uma simples exibição consumista. "Mas você sabe que essas proclamações tem um poder muito limitado. Muito difícil resistir a um fenômeno de civilização. O mercado virou um fenômeno", diz.

Entretanto, o estudioso acredita no resgate do lado espiritual, já que em todas as épocas a lição fundamental do Natal foi submetida a pressões que a degradavam, como a festa dos burros e dos loucos, na Idade Média. "É um remoer da tradição que não deixava transparecer o seu valor essencial, o seu valor autêntico. É uma reinterpretação social, não necessariamente popular, que obedecia a outras orientações que não as propriamente religiosas", explica.

Segundo ele, o que acontece com o consumo de hoje é mais uma manifestação daquilo que aconteceu em outros momentos históricos do cristianismo. "Quando começou a celebração, é muito provável que muita gente celebrava o nascimento de Cristo e de Mitra", diz. De acordo com o estudioso, a pureza nunca é assegurada no decorrer da história. E é graças a isso que a data se perpetua. "Se fosse absolutamente puro, acabaria mais ou menos cedo. Seria próprio só de uma elite espiritual. São suas impurezas sociais que lhe permitem se alastrar. Que fazem dele um fato social denso. Um rito social não tem uma dimensão só. É graças ao relacionamento destas dimensões que muda o superficial, guardando uma estrutura de sentido", conclui.

SOLIDARIEDADE

Além do lado superficial do consumismo e de uma abordagem reflexiva sobre o Natal, estão as manifestações de solidariedade que aumentam consideravelmente nesta data. Religiosas ou não, há pessoas que querem revitalizar a oferta de dádivas e presentes nesta época do ano.

Pierre Sanchis acredita que este lado está prestes a ser resgatado com a abertura de outros grupos religiosos à festa cristã. "Fiquei sabendo outro dia de uma comunidade budista que por ocasião do Natal recebe todas as crianças da cidade e faz uma grande celebração de unidade social entre budistas e cristãos. Eles não têm o Natal. Celebram o nascimento de Buda em abril. Adotando esse costume, é um gesto de se unirem à sociedade brasileira, à visão sagrada da sociedade, através desse presente às crianças", diz.

Isto não significa que todos os grupos sociais estejam abertos à data. Há os fundamentalistas, que se recusam a introduzir o rito em sua cultura. "Entretanto, mais ou menos no mundo inteiro, mesmo em lugares onde a religião dominante não é o cristianismo, todas as sociedade dão um jeito de celebrar de uma maneira ou de outra o Natal em torno da idéia de festa, família, criança e presente. A nova vida começa é aí", completa.

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