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sábado, 12 de fevereiro de 2011

HORÁRIO DE VERÃO


O horário de Verão: suas origens e seu propósito

Toda a vez que começa o horário de verão (HV) várias pessoas me perguntam (algumas visivelmente irritadas com a mudança) se realmente existe benefício com essa medida. Realmente, é sempre polêmico quando se introduzem medidas que interferem no cotidiano das pessoas e possuem implicações nos nossos hábitos e rotinas. Mas vamos lá, é importante entender os objetivos do Horário de Verão como uma medida para conservar eletricidade.

A principal idéia do HV é aproveitar o maior número de horas de luminosidade natural disponível durante os meses que incluem o verão. No hemisfério sul isso ocorre durante os meses de Outubro e Março e consiste em adiantar os relógios em uma hora em Outubro e depois voltar a atrasá-los uma hora em Março. No Hemisfério Norte a mudança de horário ocorre em Abril e Outubro.

As primeiras idéias sobre o HV foram apresentadas por Benjamim Franklin no final do século 18, mas elas somente foram tomadas seriamente mais de um século depois na Inglaterra, em 1907 com William Willett que iniciou uma campanha para adiantar em 20 minutos o horário a cada um dos quatro domingos do mês de Abril. É interessante saber que o sistema de fusos horários somente foi introduzido em 1883 na Inglaterra devido à necessidade de se padronizar os horários de trens que cruzavam o país. Até então as grande cidades mantinham seu padrão horário baseado no movimento dos astros e estabeleciam o horário a ser seguido na região. Logo no ano seguinte houve uma padronização internacional de horários estabelecendo os fusos horários em vigor até hoje.

Mas não foi fácil introduzir o horário de verão, foi somente em 1916 que o Parlamento inglês aprovou a medida. A Inglaterra percebeu que poderia economizar energia durante a I Guerra Mundial. Os EUA também introduziram a medida através de lei durante 1918-19, mas a medida não se mostrou popular e após a guerra a lei que estabelecia o horário de verão foi revogada. No entanto quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial, novamente a lei foi promulgada e ficou em vigor durante 1942-45. Foi somente em 1966 que os EUA voltaram a ter um horário de verão em escala nacional, e que se encontra em vigor até hoje.

O principal propósito do Horário de Verão é melhor aproveitar o período de maior luminosidade natural disponível nessa época do ano para quem vive em latitudes altas, isto é, longe do Equador.

Isso ocorre porque muitas de nossas atividades que consomem energia, como a iluminação podem ser adiadas.

Internacionalmente os estudos apontam três benefícios do horário de verão: economias de energia, redução de acidentes nos horários de pico do trânsito (que durante esse período possuem mais iluminação natural) e redução de assaltos e crimes. No caso brasileiro podemos acrescentar um importante benefício que se refere à possibilidade de armazenarmos mais água nos reservatórios de nossas hidrelétricas durante o verão e podermos utilizá-la depois durante os meses secos do inverno.

No Brasil as regiões Sudeste e Sul possuem um perfil de demanda de energia de eletricidade com um pico no início da noite, provocado principalmente pelo setor residencial e iluminação pública. É nesse horário que a maioria dos chuveiros são acionados, luzes começam a serem acendidas, TVs etc. A Eletrobrás, anualmente faz estimativas de economias de eletricidade devidas ao horário de verão no país.

Durante o horário de verão do ano passado houve uma economia de 2,3% no consumo de energia, que equivale a 855 GWh, ou seja quase o consumo mensal de uma cidade como Campinas.

Para o Horário de Verão de 1999/2000, são esperados os seguintes benefícios: Redução na demanda máxima no período de ponta (das 17h às 22h) do sistema Sul/Sudeste/Centro-Oeste da ordem de 4,5%, ou 1.900 MW, o equivalente à geração das usinas de Angra I e II, ou equivalente à demanda da cidade de Belo Horizonte.

Para as áreas críticas do sistema interligado, RJ/ES e RS, espera-se uma redução na demanda máxima de 5,4% e 5,2%, respectivamente.Redução do consumo global de energia no sistema interligado da ordem de 1% de sua carga total.

Essa redução, de 511.000 MWh, corresponde à carga mensal da cidade de Brasília. No Sistema Sul/Sudeste/Centro-Oeste, foi observada uma redução na demanda instantânea máxima na ordem de 3.666 megawatts (MW) - de 42.939 MW no dia 28 para 39.273 MW no dia 05, o que corresponde a 8,5% do total.

A previsão havia sido que a redução ficasse em 6% no consumo total. Houve, também, um deslocamento de 1h12 no horário de maior consumo, registrado às 19h05 dia 28 de setembro e que passou para 20h17 na terçafeira seguinte.

No Sistema Sul, a redução na demanda instantânea foi de 491 MW, ou 5,4% do consumo - de 9.116 MW para 8.625 MW. O horário de ponta foi deslocado em 1h10, de 19h07 (28) para 20h17 (05).

Já no Sistema Sudeste/Centro-Oeste, a redução foi de 9,3%, o que corresponde a 3.159 MW - de 34.084 MW para 30.925 MW. O horário da demanda máxima foi deslocado em 1h04, de 18h41 (28) para 19h45 (05).

O Sistema Nordeste obteve uma redução de 213 MW em sua demanda instantânea máxima, correspondente a uma diminuição de 2,9% no pico de consumo de energia - de 7.370 MW para 7.157 MW. O deslocamento do horário de ponta ficou em 48 minutos - de 18h41 (28) para 19h45 (05).

Hoje em dia o horário de verão é adotado em cerca de 70 países.

Gilberto De Martino Jannuzzi

Fonte: www.fem.unicamp.br

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