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( Chico Xavier - ditado por André Luiz )

sexta-feira, 4 de março de 2011

AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS


CLUBES,SOCIEDADES E CORDÕES

O primeiro Clube Carnavalesco do Rio de Janeiro foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que saiu às ruas em 1855. Contava com 80 sócios, entre eles o escritor José de Alencar.

As fantasias, os carros, os cavalos... foi um desfile monumental, prestigiado pelo imperador.

Apesar de abrigar apenas membros da elite, o desfile impressionou toda a população, marcando mais um capítulo importante em nossa história de Carnaval, pois deu origem às primeiras sociedades carnavalescas.

No dia seguinte, os jornais noticiavam: "Registrou-se a maior transformação do carnaval fluminense e que o tornou célebre e rival do carnaval de Nice, Veneza e Roma".

Entre as sociedades carnavalescas destacavam-se os clubes dos Fenianos, dos Tenentes, dos Democráticos e dos Pierrôs da Caverna. Os bailes multiplicavam-se e ficavam cada vez mais animados.

Nas ruas, a cultura popular dos negros alforriados mudava a cara da cidade.

Os pobres e biscateiros não agradavam à elite, que os considerava "vadios e sujos" (será que não aprendemos nada em um século?), mas sua originalidade de buscar novos modos de ganhar a vida e a miscigenação cultural que promoviam foram detectados por olhos mais atentos.

Eles eram os pais do malandro, do homem que tem que se virar para sobreviver, personagem brasileiríssimo que iria contribuir, e muito, com a nossa cultura.

Os diversos tipos humanos que "flanavam" pelas ruas do Rio de Janeiro conferiam uma nova "alma" à cidade, maravilhosamente descrita pelo cronista João do Rio (pseudônimo de Paulo Barreto, 1881-1921) no livro A alma encantadora das ruas (1908).

Os cordões carnavalescos, de ricos e pobres, traduziam essa nova alma.

Coloriam as ruas no Carnaval com suas fantasias, música, dança, brincadeiras e rivalidades. É João do Rio quem os descreve:

Os cordões são os núcleos irredutíveis da folia carioca, brotam como um fulgor mais vivo e são antes de tudo bem do povo, bem da terra, bem da alma encantadora e bárbara do Rio.

Quantos cordões julgas que há da Urca ao Caju?

Mais de duzentos! E todos, mais de duas centenas de grupos, são inconscientemente os sacrários da tradição religiosa da dança, de um costume histórico e de um hábito infiltrado em todo o Brasil.

A legítima música de Carnaval nasceu dos cordões.

A primeira marchinha da História foi feita sob encomenda para o cordão Rosa de Ouro. O inédito ritmo inspirava-se na música dos negros que compunham o cordão, mas foi criado por uma mulher, branca e "de boa formação": Chiquinha Gonzaga.A marchinha Ó Abre Alas fez furor em 1899, e pode ser considerada o grande marco da virada musical que deu origem à música brasileira do século XX.

O cordão mais antigo a sobreviver até hoje é o Cordão do Bola Preta, fundado em 1926.

Fonte: www.educacaopublica.rj.gov.br

MARACATU DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO

Os grupos de Maracatu Nação também conhecidos pelo nome de Maracatu de Baque Virado têm origem nas coroações de rainhas e reis negros denominados Reis do Congo.

Sob a proteção das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, promovem-se as coroações como forma de subordinação, administração e controle dos escravos.

Os rituais de coroação das Nações Africanas eram realizados durante os festejos em homenagem a Nossa Senhora do Rosário (mês de outubro) quando, após a cerimônia, os integrantes do cortejo, vestidos em trajes de gala, percorriam as ruas da cidade.

Com a abolição da escravatura, o desfile dos cortejos desliga-se das comemorações litúrgicas da Igreja Católica e passa a integrar os festejos carnavalescos.

No formato de uma autêntica nação, os grupos de maracatu apresentam-se ao público como uma corte ricamente trajada com sedas, veludos, bordados e pedrarias.

À frente do cortejo vem o Porta-Estandarte; em seguida a Dama-do-Paço, pessoa que conduz a calunga (ícone consagrado, detentor do axé do maracatu).

Continuando o préstito, surgem as Damas de Frente, as Baianas de cordão ou Catirinas, as Baianas Ricas. Têm-se ainda imperatriz e imperador; duque e duquesa; conde e condessa; marquês e marquesa; cônsul e consulesa; embaixador e embaixatriz; príncipe e princesa; lampiões, soldados romanos e vassalos.

A figura do caboclo "arreia mar" ou caboclo de pena representa a sabedoria dos povos indígenas e a proteção dos espíritos das florestas.

O cortejo encerra-se com a chegada do rei e da rainha, que desfilam protegidos por um grande guarda-sol colorido (pálio), carregado por um escravo (pajem).

Assim como nas outras agremiações, cada maracatu tem uma batida ou baque próprio.

O instrumental do brinquedo, composto de tarol, caixa de guerra, mineiro, agbê, gonguê e alfaias (tambores confeccionados com madeira), também varia em número e tipo, e é comandado pelo Mestre de Apito.

Fortemente ligadas às religiões de matriz africana, em especial, o Candomblé, as Nações mais "tradicionais" encontram nos símbolos, cânticos, danças, indumentárias e adereços estreitas relações com os orixás e outras entidades.

É uma manifestação artística de modelo europeu e espírito africano, num movimento de luta, resistência e preservação das práticas culturais afro-brasileiras.

Fonte: www.recife.pe.gov.br

MARACATU DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO

HISTÓRICO

Segundo Ascenso Ferreira, as festas em honra dos Reis Magos foram instituídas no Brasil pelos missionários catequistas, que encontraram nas cores distintas que caracterizavam aquelas figuras da história do Nascimento de Jesus, um ponto para a conversão dos elementos indígenas e negros à fé cristã. O Rei Bronzeado para os caboclos, o Rei Negro para os negros importados da África e o Rei Branco como elemento de adoração dos portugueses.



O Rei negro era Baltazar e a ele seguiram-se adeptos, em sua grande maioria da raça negra, e nos seus cortejos são encontradas as origens do nosso atual Maracatu de Baque Virado ou Nação. A partir de 1888, a coroação dos Reis do Congo, perdeu a sua razão de ser, pois, não existia mais a necessidade daquela "autoridade" para manter a ordem e a subordinação entre os negros que lhe eram sujeitos.

Era no pátio das igrejas que se realizava a coroação dos Reis Negros, cujo cortejo, evoluindo através dos tempos, chegou até nossos dias, destacando-se do grupo das festas de Reis Magos (bumbas-meu-boi, cheganças e pastoris) e entrando para os festejos carnavalescos. A palavra Maracatu, provavelmente, origina-se de uma senha combinada para anunciar a chegada de policiais, que vinham reprimir a brincadeira, a senha era anunciada pelos toque dos tambores emitindo o som: maracatu/maracatu/maracatu. Na linguagem popular, a palavra maracatu é empregada para expressar confusão; desarrumação; fora de ordem, dando respaldo ao pressuposto da origem dessa palavra. Na África não existe nada parecido com o nosso maracatu.

FORMAÇÃO

Maracatu de Baque Virado ou Nação, tem como seguidores os devotos dos Cultos Afro-brasileiro da linha Nagô. A boneca usada nos cortejos chama-se Calunga, ela encarna a divindade dos orixás, recebendo em sua cabeça os axés e a veneração do grupo. A música vocal denomina-se toadas e inclui versos com procedência africana. Seu início e fim são determinados pelo som de um apito. O tirador de loas é o cantador das toadas, que os integrantes respondem ou repetem ao seu comando. O instrumental, cuja execução se denomina toque, é constituído pelo gonguê, tarol, caixa de guerra e zabumbas.

PERSONAGENS

É formado pelas seguintes figuras: rei, rainha, dama-de-honra da rainha, dama-de-honra do rei, príncipe, princesa, ministro, embaixador, duque, duquesa, conde, condessa, vassalos, damas-de-paço (que portam as calungas durante o desfile do maracatu), porta-estandarte, escravo sustentando a umbrela ou pálio (chapéu-de-sol que protege o casal real e que esta sempre em movimento), figuras de animais, guarda-coroa, corneteiro, baliza, secretário, lanceiros, brasabundo (uma espécie de guarda costa do grupo), batuqueiros (percurssionistas), caboclos de pena e baianas.

NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS

É a reunião dos Maracatus de Tradição de Baque Virado ou Nação, em frente a Igreja do Terço, no Pátio do mesmo nome. A meia noite, a um sinal os tambores param, o silêncio por si só já reverencia o momento. E, de repente, se ouve uma voz lamuriosa tirar loas em louvor a rainha dos negros NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.

Em meio ao contagiante movimento das místicas figuras, o povo vai envolvendo-se nos passos marcados pelos tambores a atabaques. Esta tradição data mais de três séculos, tem em nossos dias o calor e as cores vivas de outrora.

A origem desse ritual se encontra encravado nos idos do período colonial. Distante da terra natal, os negros pediam a proteção de Nossa Senhora na tentativa desesperada de amenizar as dores do cativeiro cruel.

A cerimônia ritualística da noite dos tambores silnciosos sempre acontece na segunda-feira de carnaval, a partir das vinte e três horas, na Igreja do Pátio do Terço, no bairro de São José, no Recife.

MARACATU NAÇÃO PERNAMBUCO

Surge em Pernambuco uma nova geração de maracatu. Foi fundado no dia 15 de dezembro de 1989, numa festa organizada no Clube Vassourinhas de Olinda, com o objetivo de difundir o maracatu. O Nação Pernambuco é atualmente o grupo cultural de maior projeção no Estado. O Grupo gravou vários discos, os quais contendo apenas músicas de maracatu, sendo os únicos no mundo. Divulgam e resgatam a história da cultura pernambucana dentro e fora do Brasil.

Apresentam-se durante todo ano, no segundo domingo de cada mês, com grupos convidados, no Mercado Popular Eufrásio Barbosa no bairro do Varadouro na entrada da cidade de Olinda

MARACATU DE BAQUE SOLTO OU RURAL

HISTÓRICO
Ao contrário dos Maracatus de Baque Virado ou Nação, que têm suas origens em cortejos de reis africanos, o Maracatu de Baque Solto, também chamado de Maracatu de Orquestra ou Rural, tem suas origens na segunda metade do século passado e deve ser uma transfiguração dos grupos chamados Cambindas (brincadeira masculina, homens travestidos de mulher).

Os Maracatus de Baque Solto são uma espécie de fusão de elementos dos vários folguedos populares, que vêm às ruas das cidades próximas aos engenhos de açúcar como: Goiana, Nazaré da Mata, Carpina, Palmares, Timbaúba, Vicência, etc., durante o carnaval, com características e colorido próprio, garantindo sempre a presença nos carnavais do Recife. O cortejo do Maracatu de Baque Solto, diferencia-se primeiramente do maracatu tradicional, pela ausência do rei e da rainha.

FORMAÇÃO

Um ritmo rápido de chocalhos, percussão unissonora e acelerada do surdo, acompanhada da marcação do tarol, do ronco da cuíca, da batida cadenciada do gonguê, do barulho característico dos ganzás, um solo de trombone, e outros instrumentos de sopro que, juntos, dão ao conjunto características musicais próprias e bem diferenciadas dos maracatus tradicionais.

O maracatu desfila num círculo compacto, tendo ao centro o estandarte, rodeado por baianas, damas-de-buquê com ramos de flores de goma, boneca (calunga) de pano ou plástico e caboclos de pena. Rodeando este primeiro círculo vem os caboclos de lança, que se encarregam de abrir espaço na multidão, com seus saltos e malabarismos, com as compridas lanças, como a proteger o grupo e as lanternas de papel celofane que, geralmente vem representando o símbolo da agremiação.

PERSONAGEM PRINCIPAL

Com suas lanças de mais de dois metros de comprimento, feitas de madeira com uma ponta fina e uma enorme cabeleira de papel celofane cobrindo o chapéu-de-palha, o rosto tingido de urucum ou por outras tintas, lenço estampado cobrindo a testa, camisas e calças de chitão, meiões e sapatos de lona, o Caboclo de lança tem o destaque de sua indumentária na gola bordada e no surrão.

A gola de sua fantasia, feita em tecido brilhante, de cores vivas, é totalmente rebordada com vidrilhos e lantejoulas. A gola representa o maior orgulho e a vaidade do caboclo de lança, sendo quase sempre confeccionado por sua companheira, durante o ano inteiro, sendo fruto de todas as suas economias.

O Surrão é como se fosse uma bolsa, é confeccionado em couro de carneiro, cobrindo uma estrutura de madeira, onde são presos chocalhos, sendo colocado na altura das nádegas, daí também chamar-se estas figuras de Bunda-alegre e Bunda-de-guiso, provocando um barulho forte e primitivo quando da evolução dos caboclos de lança.

GALO DA MADRUGADA
O Clube de Alegoria Galo da Madrugada, foi criado em dezembro de 1977, numa reunião de amigos do bairro de São José no carnaval. O assunto primordial era a diferença entre os carnavais antigos e o atual (daquela época). Segundo Enéas Freire, presidente perpétuo da agremiação a idéia inicial foi de se formar um clube de frevo. O clube foi fundado oficialmente em 24 de janeiro de 1978, na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José, O seu principal objetivo é reviver as verdadeiras origens e tradições do carnaval de rua. Para isso, O Galo convoca e congrega todos os seus foliões em um grandioso e sensacional desfile, através das manifestações mais espontâneas e populares, unindo clubes de frevo e grupos de mascarados, nessa grandiosa festa que se realiza todos os anos com êxito.

O desfile do Galo da Madrugada vem sendo realizado todos os anos na manhã do sábado de Zé Pereira. Por tradição, O Galo começa a concentração deste dia, a partir das 5:30 da madrugada, com toques de clarins anunciando a alvorada do carnaval pernambucano, além de uma batalha de confetes, serpentinas e uma salva de fogos, O Galo desfila pelos bairros de São José e Santo Antônio, reverenciando o frevo, juntamente com milhares de foliões.

Vários blocos se aliam a grandiosa festa, na véspera da saída do Galo. O Bloco Azulão, formado por funcionários do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), realizam um Acorda Povo na noite de sexta-feira para a madrugada de Zé Pereira. Outros blocos e grupos aderem ao cortejo no final do desfile do Galo, como: O Rabo do Galo, a Galinha do Galo, entre outros.

O Galo da Madrugada é considerado o Maior Bloco Carnavalesco do Planeta, conforme o GUINESS BOOK, o livro dos recordes, de 1995.

Fonte: www.fundaj.gov.br
CLUBES DE FREVO

HISTÓRICO

Seu cortejo muito assemelha-se as procissões quaresmais, de Cinzas e Fogaréus, comuns ao Recife do século XVIII, trazendo o estandarte (bandeira) próprio das corporações medievais, com seus integrantes vestindo seda, calças de flanela e cordões com o distintivo da profissão.

As corporações profissionais existentes no século passado, remanescentes dos primeiros séculos de nossa colonização, deram origem aos Clubes de Frevo ou Clubes Carnavalescos, que durante o carnaval saiam às ruas para passear, cantando e dançando em visitas a casas de pessoas amigas onde comiam e bebiam, numa euforia comum àquela época.
FORMAÇÃO

O Clube Carnavalesco tem o seu cortejo aberto pelos clarins, seguindo-se da diretoria, ala dos diabos, ala dos morcegos, os porta-estandartes vestidos à Luiz XV, que se revezam empunhando o símbolo maior da agremiação, presidente e dama-de-honra, damas-de-frente, fantasias de destaque do enredo, ala de passistas dois cordões que evoluem "fazendo passo" em torno de todo conjunto, diretor de orquestra e orquestra.

O FREVO

A marcha que tinha em seus primórdios um andamento mais parecido com o dobrado, ganhou elementos inovadores da polca e da marcha militar e foi, com o passar dos anos, transformando-se no frevo pernambucano, transfigurando as antigas agremiações do século XIX nos Clubes Carnavalescos dos nossos dias.

O Clube chamou para si a atenção dos capoeiras, comuns nos desfiles das bandas militares que, fazendo complicados passos, criaram a coreografia do nosso frevo, a qual, o pernambucano denomina de passo.

TROÇAS CARNAVALESCAS MISTAS

HISTÓRICO

A Troça Carnavalesca Mista é um Clube de Frevo em menor dimensão que sai logo no início da manhã, se apresenta nas ruas do centro ou do subúrbio, até as primeiras horas da tarde.

Originam-se esses grupos carnavalescos de simples brincadeiras, onde está implícito o espírito crítico dos próprios foliões, como demonstra o significado do verbo troçar: escarnear, zombar, ridicularizar; vindo assim caracterizar a psicologia desses agrupamentos.

As Troças são divididas, pela Federação Carnavalesca Pernambucana em primeira, segunda e terceira categorias, havendo outras que, por não estarem filiadas, não pertencem a quaisquer divisões. São a alegria dos subúrbios, chamadas por vezes de "levanta poeira". Alegram o carnaval de rua, durante o dia, e, por vezes, se apresentam com mais luxo e melhores orquestras, que os próprios clubes carnavalescos.

BLOCOS CARNAVALESCOS

HISTÓRICO

Das manifestações que compõem o grande mosaico folclórico do carnaval do Recife, nenhum supera o lirismo dos Blocos. Ao contrário dos Clubes Carnavalescos, que tiveram suas origens nas corporações profissionais, O Bloco Carnavalesco surgiu das reuniões familiares dos bairros de São José, Santo Antônio e Boa Vista, entre outros, como uma extensão dos presépios e ranchos de reis, nos idos da década de vinte, na cidade do Recife.

O primeiro bloco fundado foi o Flores Brancas, em 1921, que aos dois anos de vida mudou o nome para Bloco das Flores, sua sede ficava na Praça Sérgio Loreto, na casa do seu fundador Salgado Filho e como diretor de sua orquestra Raul Moraes.

O Bloco veio proporcionar condições ao elemento feminino de participar do carnaval de rua do Recife, longe de se misturar com a massa acostumada a acompanhar os clubes de frevo.

Era formado geralmente, por moças e senhoras da chamada classe média, que, não podendo participar do carnaval de salão do Clube Recreativo Internacional e do Jóquei Clube, então um privilégio das elites, saíam às ruas protegidas por uma corda, sob severa vigilância de pais, maridos, filhos, genros, noivos, amigos e familiares.

FORMAÇÃO
Já acostumadas às jornadas dos pastoris, dos presépios e das procissões de queima de lapinhas, o sexo feminino formava também, o coral do Bloco Carnavalesco, enquanto os homens encarregavam-se da orquestra, bem típicas aos saraus e serenatas de então, formada por violões, violinos, cavaquinho, banjos, bandolins, flautas, clarinetes, contrabaixo, gaitas de boca, pandeiros e percussão.

Um apito seguido de um acorde unissonoro de toda a orquestra, anunciava o início da execução da marcha de bloco, com sua introdução instrumental, de andamento frevolento, que se seguia da parte cantada pelo coro de vozes, num andamento bem semelhante ao nosso pastoril.

EVOLUÇÃO

O Conjunto é aberto por um cartaz (flabelo), cuja alegoria traz o nome e o símbolo do bloco, sendo seguido da diretoria, das damas-de-frente, das fantasias de destaque, do cordão de homens e mulheres que fazem evolução procurando abrir a multidão, coral de vozes e orquestra.

Geralmente o Bloco traz um enredo no seu conjunto de fantasias, mas ao contrário das Escolas de Samba, as composições entoadas pelo conjunto nada tem haver com a estória, que é contada através das fantasias.

No resgate do lirismo dos antigos blocos entre outros encontram-se: Bloco da Saudade, Bloco das Ilusões e Bloco Aurora de Amor.

Fonte: www.artes.com
CABOCLINHOS,URSOS E BOIS

Ciclo Carnavalesco

É a principal festa popular, manifestando-se em praticamente todo Estado. Destaque para Olinda e Recife . Blocos, troças, clubes, maracatus ( rural e de baque virado ), caboclinhos, ursos, blocos anárquicos, escolas de samba, afoxés, mascarados, bonecos gigantes, bois de carnaval.

Blocos

São agremiações carnavalescas, formadas por rapazes e moças de determinado bairro, que desfilam à noite, dançando e cantando suas músicas ( frevo canção e marcha de bloco ) ao som de uma orquestra de pau e corda, com fantasias luxuosas. Quase sempre há um enredo que lembra certo episódio histórico.

Boi de Carnaval

Conjunto de bichosdo bumba-meu-boi ou dos entremeios do reisado que se desligam do auto do boi, durante o Carnaval para brincar na rua. Geralmente saem Boi, Burra, Babau, Ema, Mateuse outros palhaços com porta estandartes, cordão feminino e orquestra de gonguê, bombo, surdo, etc.

Caboclinhos

É um dos mais antigos bailados populares do Brasil. Nele está bastante evidente a origem de influência indígena. A indumentária consiste em tanga e cocar de penas de aves.

Os componentes carregam arco e flecha, que servem não apenas como elementos de caracterização do índio, mas também para marcar o ritmo da música tirada por um terno: pífanos, ganzá e caixa-surdo.

Clubes de Rua

O clube de rua é a mais representativa agremiação carnavalesca. Dele fazem parte o baliza, ou mestre de cerimônia; o estandarte, tão sagrado na vida de um clube quanto a bandeira de um regimento; em seguida, a onda, grande corrente humana que retrata o prestígio de determinado clube; a fanfarra conjunto musical de metais e clarins; e, fechando o cortejo, o cordão, grupo de sócios do clube, realizando manobras pitorescamente vestidos.

Frevo

"Pernambuco possui uma música e uma dança carnavalescas que são coisa sua, original, que se criou no meio do povo, quase espontaneamente, e se cristalizou depois, como traço marcante de sua fisionomia urbana.

Urbana, sim. Até seria mais justo dizer no Recife, que isto tudo aconteceu, no Recife dos fins do século XIX, começo deste, que a música foi aparecendo, conduzindo a dança, ou a dança foi tomando corpo, sugerindo a música.

É impossível distinguir bem: se o frevo, que é a música, trouxe o passo ou se o passo, que é a dança, trouxe o frevo. As duas coisas se foram inspirando uma na outra - e completaram-se.

É possível, porém, afirmar que o frevo foi invenção dos compositores de música ligeira, feita para o carnaval, enquanto o passo brotou mesmo do povo, sem regra nem mestre, como por geração espontânea.

A palavra vem de ferver. Por corruptela, frever, dando, naturalmente, frevo. Nada era, e é, mais comum numa terra canavieira, do que a frevura , fervura dos tachos de mel, nos engenhos de açúcar, que jamais poderia escapar aos olhos do popular pernambucano.

Osvaldo de Almeida, escritor sempre escondido em pseudônimos: Paula Judeu, das revistas teatrais; Pierrot, das crônicas carnavalescas, foi quem teria lançado o vocábulo que pegou, ou divulgado o que a boca anônima do povo já espalhava.

A primeira referência da palavra frevo, é do dia 09 de fevereiro de 1908, no Jornal Pequeno.

Designa, ao mesmo tempo, a música típica do carnaval recifense e o esfregado da massa em euforia carnavalesca."

Maracatu

O maracatu cujo o desfile evoca os cortejos dos soberanos negros é chamado de nação africana, urbano ou de baque viradoe é uma exclusividade do carnaval pernambucano. A dança evoca o banzo africano em terras estranhas; é bamboleante, imitando o movimento do mar.

A orquestra que acompanha o cortejo é formada por taróis, bombos, zabumba, ganguês e ganzás. Existem, ainda, os chamados maracatus rurais de orquestra ou de baque solto.

Troça

As troças são clubes que desfilam durante o dia. Sua organização é idêntica a do clube de frevo, apenas apresentando menos figuras e luxo é mais rústica. Também sua orquestra é similar a do clube de frevo, embora o número de instrumentos musicais seja mais reduzido.

Urso de Carnaval

Conjunto cujas figuras centrais são o Urso(homem trajando máscara de urso e macacão de estopa), o Domador ou Italianoé o Caçador. Geralmente acompanhados por balizas, estandarte, orquestra (formada por sanfona, triângulo, bombo, pandeiro, etc.), malabarista, etc.

Fonte: www.memorialpernambuco.com.br

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