domingo, 3 de outubro de 2010
Quantas pessoas vivem em prisões criadas por elas mesmas…
Tenho refletido sobre a importância da presença, do contato, da convivência e cheguei à conclusão de que muitas vezes vivemos tão dominados pelas nossas necessidades, pelo “nosso eu” e por tudo que o envolve que esquecemos, não percebemos ou muitas vezes não damos o real valor às pessoas que, de alguma forma, fazem parte dessa nossa existência aqui e agora.
São coisas, momentos, pessoas passando em nossas vidas, e por nossas vidas, e nós, tão limitados, nem percebemos a beleza, o perfume e a cor de tudo e de todos. Nosso olhar e nosso viver estão tão sistemáticos e tão automáticos que perdermos momentos significantes e oportunidades únicas.
Perdemos a oportunidade de ver folhas voando no tempo, cachorros farejantes em busca de novos encontros, flores abrindo-se prontas para serem percebidas. Perdemos significativas oportunidades de ver e sentir o movimento do vento, a presença do amigo protetor, o sorriso depois de um abraço e o olhar carinhoso depois de um gesto amoroso.
Fico pensando nas marcas do choro, no reflexo do sorriso, na esperança do ‘até mais tarde’, no significado de um ‘tchau’, na representação da frase ‘fica com Deus’ ou ‘vai com Deus’. São frases, palavras, expressões, coisas tão comuns que em muitos momentos perdem o valor e o significado se tornando hábitos inexpressíveis.
É triste, mas fico pensando quantas pessoas vivem em enormes, fortes e frias prisões criadas por elas mesmas. Quantas pessoas deixam de viver, deixam de respirar, deixam de amar, deixam de olhar, de sentir e de buscar. Quantas pessoas estão com seus campos de visão tão limitados e individualizados que não conseguem ver “Além”, ver o outro, ver o próximo e ver seu próprio íntimo.
Quantas pessoas percebem tarde demais a falta, e aí só resta gritar, gritar e gritar por aquilo que já está longe e por aquilo que já não é mais possível, afinal a prisão já se materializou.
É preciso parar, respirar, olhar, sentir e buscar amorosos encontros e encantadores momentos. E isso não está longe, está na riqueza da natureza, na diversidade da feira, no ecumenismo dos torcedores em final de Copa do Mundo, nos olhares que são direcionados a nós, nas palavras cotidianas, nos gestos simples, nos toques sinceros, na presença fiel e amorosa de um espírito amigo que quer, simplesmente, nos ver felizes, seguros e plenos.
É isso! Tenho certeza que se parássemos agora para olharmos em nosso envolta teríamos grandes surpresas.
Vale a pena tentar. Vale a pena perceber o quanto estamos gritando.
Vamos acordar para a vida e para tudo que esta ai e para o que há ainda por vir.
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