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"O Segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender,imaginar,esperar e fazer mais um pouco."
( Chico Xavier - ditado por André Luiz )

domingo, 16 de maio de 2010

Dia do Gari


16 de Maio
No Brasil, os garis são os profissionais da limpeza que recolhem o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais e residenciais, além de varrer ruas, praças e parques.

Também capinam a grama, lavam e desinfetam vias públicas.

Em Portugal, eram conhecidos como almeida, em homenagem a um cidadão com Almeida no nome que foi diretor geral da limpeza urbana da capital portuguesa.

O nome gari também é uma homenagem a uma pessoa que se destacou na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro - o francês Aleixo Gary.

EM HOMENAGEM A GARY
O empresário Aleixo Gary assinou contrato em 11 de outubro de 1876 com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade do Rio de Janeiro.

O serviço incluía remoção de lixo das casas e praias e posterior transporte para a Ilha de Sapucaia, onde hoje fica o bairro Caju.

Ele permaneceu no cargo até o vencimento do contrato, em1891.

Em seu lugar, entrou o primo Luciano Gary.

A empresa foi extinta um ano depois, sendo criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da Cidade, cujos serviços deixavam a desejar.

Em 1906, a superintendência tinha 1.084 animais, número insuficiente para carregar as 560 toneladas de lixo da cidade.

Assim, da tração animal passou-se à tração mecânica, e depois ao uso do caminhão.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Dia do profissional da limpeza
Viver em uma cidade de ruas limpas e conservadas é desejo de todos. Mais que isso, é direito de cada cidadão. No dia do Gari - 16 de maio - a Turma do Plenarinho aproveita para mandar um abração de agradecimento para esse profissional que cuida desse nosso direito.

Afinal, é ele que cuida das cidades e também da nossa saúde. Por que da nossa saúde? Porque todos sabem que em ambiente limpo, dificilmente os bichinhos transmissores de doenças sobrevivem. Eles gostam mesmo é de sujeira!

A profissão
Sabia que a profissão de gari surgiu no tempo do Império, na cidade do Rio de Janeiro? Tudo começou quando um empresário chamado Aleixo Gary assinou contrato com o governo para organizar o serviço de limpeza das ruas e praias da cidade.

De lá pra cá, os coletores de lixo trabalham todos os dias com seriedade e dedicação, apesar da profissão ser árdua e da jornada de trabalho ser sacrificante. Faça chuva, faça sol, lá estão os profissionais da limpeza recolhendo o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais e residenciais, varrendo ruas, praças e parques. Também capinam a grama, lavam e desinfetam vias públicas. Ufa!!

Coleta seletiva


Mas sabia que a gente pode facilitar a vida do gari e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente? Como? Simplesmente separando o nosso lixo de cada dia. Isso se chama coleta seletiva. Veja o que disseram os garis que trabalham na Câmara sobre esse assunto. Eles foram entrevistados pela Xereta, nossa repórter de plantão.

O coletor Carlos Alberto de Brito, 39 anos, casado, sem filhos, trabalha há 9 na profissão. Ele é um dos responsáveis pelo recolhimento do lixo de um dos edifícios da Câmara, o Anexo IV, onde ficam os gabinetes dos deputados. "Nós trabalhamos em equipe para não sobrecarregar ninguém". Ele contou ainda à nossa repórter que é muito bem tratado por todos os funcionários do local, que têm cuidado na hora de separar e embalar o lixo. "Desde que começou a coleta seletiva na Câmara, melhorou muito o nosso trabalho", contou Carlos.

A coleta seletiva é importante porque se aprende a separar e embalar o lixo. Um coletor pode se cortar enquanto está pegando o lixo, por isso é preciso ter cuidado com a forma de embalar vidros e outros materiais cortantes, lembra Pedro dos Santos Pereira, outro coletor da Casa, de 38 anos, casado e pais de dois filhos. Ele também trabalha na Câmara há 9 nove anos. O pedido dele é que as pessoas se conscientizem da importância da separação correta do lixo. “É preciso separar o lixo em casa também. A preservação do meio ambiente começa na coleta feita de maneira adequada".



Assim como os colegas, Rejeane Dias, 27 anos, trabalha das 7 às 11 horas e das 13 às 16 horas, no Eixo Monumental bem em frente ao Congresso Nacional. Ela limpa as calçadas da Esplanada dos Ministérios. Sem filhos, conta que se tornou gari para ajudar o marido com as despesas. Trabalhar com sol e chuva não é problema, mas enfrentar o desrespeito das pessoas admite ser muito complicado. “Quando estamos limpando tem gente que está perto da lixeira e joga o lixo na rua, dizem que somos pagos para limpar, e que se não sujarem a gente perde o emprego. Uma vez atiraram uma ponta de cigarro em uma colega”, lembra.

E a Turma do Plenarinho lembra que ser cidadão é respeitar o outro.

É, galera, com respeito e com o lixo separadinho é possível fazer muita coisa. Uma delas é reutilizar materias descartados (jogados fora). Isso se chama reciclagem.

sábado, 15 de maio de 2010

Dia internacional das Famílias


15 de Maio
Não existe um conceito único nem um consenso universal sobre o que é uma família.

As famílias são demasiado diferentes e dinâmicas para caberem em classificações redutoras ou serem definidas rigidamente.

Contudo, em todas as culturas a família constituiu o quadro natural no qual os seres humanos -- e em especial as crianças -- podem receber o alimento e apoio emocional, financeiro e material que são indispensáveis para o seu desenvolvimento.

A celebração tradicional do 15 de Maio como Dia Internacional das Famílias centra-se neste fator fundamental de coesão social e de coexistência.

Uma estrutura familiar forte conduz ao bem-estar dos seus membros e da sociedade em geral.

É no seio da família que as crianças podem aprender valores positivos que as guiarão durante o resto da vida e é também no seio da família que as pessoas podem aprender lições essenciais sobre a igualdade, a tolerância e a partilha de responsabilidades.

Embora as famílias sejam os motores do desenvolvimento, são também suas beneficiárias.

Quando o desenvolvimento é lento ou inexistente, a capacidade de as famílias satisfazerem as necessidades dos seus membros é afectada.

E, quando o desenvolvimento é prejudicado pelos conflitos e prevalece a instabilidade, as famílias também são prejudicadas, o que priva as sociedades de um elemento essencial de construção da paz e da prosperidade.

As famílias podem ser verdadeiros bastiões de valores e progresso humano.

Envidemos, pois, todos os esforços para criar as condições de que as famílias precisam para realizar plenamente as suas potencialidades.

Fonte: MSST - Portugal; Unesco

O QUE É FAMÍLIA?
A família é um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto. É a definição que conhecemos. Entretanto, esta convivência pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços afetivos podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio.

E a morada sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela pode ser um centro de referência, onde se busca e se vivencia o amor, ou... um mero alojamento.

A família não é algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada como uma semente que necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se.

Quando casamos, sabemos que, entre outras coisas, temos essa semente que pode germinar e um dia dar fruto: ser uma família de verdade. Devemos, portanto, estar conscientes de que é preciso trabalhá-la e cultivá-la sempre, constantemente, e com muito amor.

TEMPOS DESCONCERTANTES
A família parece estar à deriva, sem referência, impotente e desprotegida diante dos embates do consumismo, bombardeada pelos meios de comunicação e incapaz de dar uma resposta a esses ataques.

Ela fica na defensiva. A impressão que se tem é a de que ela se conserva como um reduto afetivo, baseado principalmente na segurança do amor dos pais pelos filhos, e que se ressente, cada vez mais, da indeterminação dos papéis masculino e feminino.

É possível ouvir hoje arautos que falam da família em tom triunfal, enquanto que, em outros contextos, se escutam depoimentos de verdadeiras catástrofes. Para alguns, a família é um conceito conservador, só defendido pelos retrógrados.

FAMÍLIA: AMOR REPARTIDO
A família foi e ficará sempre o fundamento da sociedade. Ela transcende a qualquer partido político, sociedade, associação ou a qualquer outro gênero de agrupamento humano: ela é constituída por relações de amor! Na origem de tudo, há um amor conjugal que chama a vida a participar desse amor.

A família vem de uma opção. De fato, ela existirá a partir do momento em que um homem e uma mulher decidirem viver juntos, criar um mundo novo, um mundo diferente: uma família.

Nesse mundo novo e distinto, nascerão os filhos, que se incorporarão ao projeto de vida idealizado por seus pais.

É na família que os filhos desenvolverão sua personalidade. Nela crescerão, encontrarão o sentido de sua existência e amadurecerão na segurança, até que um dia também eles partirão para realizar seu próprio projeto.

O NOSSO MUNDO MUDOU
Não podemos viver de modo aventureiro. De nada serve estarmos repletos de boas intenções, se não planejarmos bem as coisas. Nosso mundo tem mudado muito e rapidamente. Há hoje muitas coisas que não estão fixadas de antemão.

Em nossa sociedade, os papéis tradicionais da mulher e do homem, antes assumidos como destino inexorável, não são mais simplesmente aceitos.

Hoje, o casal deve sentar-se para dialogar sobre o que realmente desejam, o que buscam, para enfim elaborar, com bastante criatividade, um projeto novo e distinto que possibilite a realização de um amor pleno.

É neste projeto, em constante realização, que os filhos devem poder ter a alegria de nascer e crescer até a plena maturidade.

UMA REALIDADE DINÂMICA
Ao definirmos a família como uma instituição, como a célula mãe da sociedade, quando a analisamos ou defendemos os seus direitos, queremos nos referir a uma realidade bem definida, que está aí presente, no dia-a-dia, que desempenha um papel concreto na vida das pessoas e da sociedade.

Entretanto, quando adentramos no interior desta ou daquela família, deixando de lado as teorias e descendo ao palco da própria vida, observamos que a família é uma realidade dinâmica, em evolução permanente, nunca a mesma.

Percebemos que cada família é um mundo à parte, com propostas e jeitos próprios e que não se repetem.

Fonte: www.pimenet.org.br

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Abolição da Escravatura no Brasil


A escravidão pode ser definida como o sistema de trabalho no qual o indivíduo (o escravo) é propriedade de outro, podendo ser vendido, doado, emprestado, alugado, hipotecado, confiscado. Legalmente, o escravo não tem direitos: não pode possuir ou doar bens e nem iniciar processos judiciais, mas pode ser castigado e punido.

No Brasil, o regime de escravidão vigorou desde os primeiros anos logo após o descobrimento até o dia 13 de maio de 1888, quando a princesa regente Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como Lei Áurea, libertando os escravos.

A escravidão é um capítulo da História do Brasil. Embora ela tenha sido abolida há 115 anos, não pode ser apagada e suas conseqüências não podem ser ignoradas. A História nos permite conhecer o passado, compreender o presente e pode ajudar a planejar o futuro.

Durante mais de três séculos a escravidão foi a forma de trabalho predominante na sociedade brasileira. Além disso, o Brasil foi a última nação da América a abolir a escravidão. Num país de 500 anos, um fato que perdurou por 300 anos assume grande importância na formação da sociedade brasileira.

A escravidão no Brasil teve início logo nos primeiros anos de colonização, quando alguns grupos indígenas foram escravizados pelos colonizadores que implantavam os primeiros núcleos de povoamento. Devido a fatores como a crescente resistência dos índios à escravidão, os protestos da Igreja Católica, as doenças que dizimavam a população indígena e o crescimento do tráfico negreiro, pouco a pouco a mão-de-obra escrava indígena foi substituída pela negra.

Os escravos negros eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome.

O escravo tornou-se a mão-de-obra fundamental nas plantações de cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão, nos engenhos, e mais tarde, nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de gado.

Além de mão-de-obra, o escravo representava riqueza: era uma mercadoria, que, em caso de necessidade, podia ser vendida, alugada, doada e leiloada. O escravo era visto na sociedade colonial também como símbolo do poder e do prestígio dos senhores, cuja importância social era avalizada pelo número de escravos que possuíam.

Fonte: www.ufg.br

A escravidão pode ser definida como o sistema de trabalho no qual o indivíduo (o escravo) é propriedade de outro, podendo ser vendido, doado, emprestado, alugado, hipotecado, confiscado. Legalmente, o escravo não tem direitos: não pode possuir ou doar bens e nem iniciar processos judiciais, mas pode ser castigado e punido.

No Brasil, o regime de escravidão vigorou desde os primeiros anos logo após o descobrimento até o dia 13 de maio de 1888, quando a princesa regente Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como Lei Áurea, libertando os escravos.

A escravidão é um capítulo da História do Brasil. Embora ela tenha sido abolida há 115 anos, não pode ser apagada e suas conseqüências não podem ser ignoradas. A História nos permite conhecer o passado, compreender o presente e pode ajudar a planejar o futuro. Nós vamos contar um pouco dessa história para você. Vamos falar dos negros africanos trazidos para serem escravos no Brasil, quantos eram, como viviam, como era a sociedade da época. Mas, antes disso, confira o texto da Lei Áurea, que fez com que o dia 13 de maio entrasse para a História.

"Declara extinta a escravidão no Brasil. A princesa imperial regente em nome de Sua Majestade o imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:

Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.

Manda portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.

O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e interino dos Negócios Estrangeiros, bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de sua majestade o imperador, o faça imprimir, publicar e correr.

Dado no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do Império.

Carta de lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o decreto da Assembléia Geral, que houve por bem sancionar declarando extinta a escravidão no Brasil, como nela se declara.

Para Vossa Alteza Imperial ver".

Primeiro foram os índios
Durante mais de três séculos a escravidão foi a forma de trabalho predominante na sociedade brasileira. Além disso, o Brasil foi a última nação da América a abolir a escravidão. Num país de 500 anos, um fato que perdurou por 300 anos assume grande importância na formação da sociedade brasileira.

A escravidão no Brasil teve início logo nos primeiros anos de colonização, quando alguns grupos indígenas foram escravizados pelos colonizadores que implantavam os primeiros núcleos de povoamento.

Até o ano de 1600, aproximadamente, na maioria das regiões da Colônia, as populações indígenas foram o alvo preferido dos colonizadores. Os índios escravizados eram obrigados a trabalhar nas plantações, nos engenhos, nos moinhos, na criação de gado e nos serviços domésticos. O desrespeito ia mais além, na medida em que os indígenas tinham que adotar o catolicismo dos seus senhores e abandonar suas crenças e ritos.

Foi no começo do século XVII que a escravidão indígena entrou em decadência, isto porque:

cresceu a resistência indígena à escravidão

a Igreja Católica intensificou os protestos contra escravidão dos índios

a escassez da mão-de-obra indígena era crescente, devido às doenças e guerras que dizimavam boa parte da população de índios

o tráfico negreiro intercontinental começou a se desenvolver

A escravidão dos indígenas foi substituída pela dos negros africanos, uma vez que os comerciantes e senhores verificaram que o tráfico negreiro era um negócio muito rentável, que traria vantagens a todos. Menos aos escravos, é claro. É nesse momento que começa mais um capítulo da escravidão do Brasil. Não deixe de ler o próximo item: Depois dos índios, os negros.

Depois dos índios, os negros
Não existem registros precisos dos primeiros escravos negros que chegaram ao Brasil. A tese mais aceita é a de que em 1538, Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, teria traficado para a Bahia os primeiros escravos africanos.

Eles eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome.

Os escravos que sobreviviam à travessia, ao chegar ao Brasil, eram logo separados do seu grupo lingüístico e cultural africano e misturados com outros de tribos diversas para que não pudessem se comunicar. Seu papel de agora em diante seria servir de mão-de-obra para seus senhores, fazendo tudo o que lhes ordenassem, sob pena de castigos violentos. Além de terem sido trazidos de sua terra natal, de não terem nenhum direito, os escravos tinham que conviver com a violência e a humilhação em seu dia-a-dia.

A minoria branca, a classe dominante socialmente, justificava essa condição através de idéias religiosas e racistas que afirmavam a sua superioridade e os seus privilégios. As diferenças étnicas funcionavam como barreiras sociais.

O escravo tornou-se a mão-de-obra fundamental nas plantações de cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão, nos engenhos, e mais tarde, nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de gado.

Além de mão-de-obra, o escravo representava riqueza: era uma mercadoria, que, em caso de necessidade, podia ser vendida, alugada, doada e leiloada. O escravo era visto na sociedade colonial também como símbolo do poder e do prestígio dos senhores, cuja importância social era avalizada pelo número de escravos que possuíam.

A escravidão negra foi implantada durante o século XVII e se intensificou entre os anos de 1700 e 1822, sobretudo pelo grande crescimento do tráfico negreiro. O comércio de escravos entre a África e o Brasil tornou-se um negócio muito lucrativo. O apogeu do afluxo de escravos negros pode ser situado entre 1701 e 1810, quando 1.891.400 africanos foram desembarcados nos portos coloniais.

Nem mesmo com a independência política do Brasil, em 1822, e com a adoção das idéias liberais pelas classes dominantes o tráfico de escravos e a escravidão foram abalados. Neste momento, os senhores só pensavam em se libertar do domínio português que os impedia de expandir livremente seus negócios. Ainda era interessante para eles preservar as estruturas sociais, políticas e econômicas vigentes.

Ainda foram necessárias algumas décadas para que fossem tomadas medidas para reverter a situação dos escravos. Aliás, este será o assunto do próximo item. Por ora, vale lembrar que não eram todos os escravos que se submetiam passivamente à condição que lhe foi imposta. As fugas, as resistências e as revoltas sempre estiveram presentes durante o longo período da escravidão. Existiram centenas de "quilombos" dos mais variados tipos, tamanhos e durações. Os "quilombos" eram criados por escravos negros fugidos que procuraram reconstruir neles as tradicionais formas de associação política, social, cultural e de parentesco existentes na África.

O "quilombo" mais famoso pela sua duração e resistência, foi o de Palmares, estabelecido no interior do atual estado de Alagoas, na Serra da Barriga, sítio arqueológico tombado recentemente. Este "quilombo" se organizou em diferentes aldeias interligadas, sendo constituído por vários milhares de habitantes e possuindo forte organização político-militar.

A decadência da escravidão
Já no início do século XIX era possível verificar grandes transformações que pouco a pouco modificavam a situação da colônia e o mundo a sua volta. Na Europa, a Revolução Industrial introduziu a máquina na produção e mudou as relações de trabalho. Formaram-se as grandes fábricas e os pequenos artesãos passaram a ser trabalhadores assalariados. Na colônia, a vida urbana ganhou espaço com a criação de estaleiros e de manufaturas de tecidos. A imigração em massa de portugueses para o Brasil foi outro fator novo no cenário do Brasil colonial.

Mesmo com todos esses avanços foi somente na metade do século que começaram a ser tomadas medidas efetivas para o fim do regime de escravidão. Vamos conhecer os fatores que contribuíram para a abolição:

1850 - promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que acabou definitivamente com o tráfico negreiro intercontinental. Com isso, caiu a oferta de escravos, já que eles não podiam mais ser trazidos da África para o Brasil.

1865 - Cresciam as pressões internacionais sobre o Brasil, que era a única nação americana a manter a escravidão.

1871 - Promulgação da Lei Rio Branco, mais conhecida como Lei do Ventre Livre, que estabeleceu a liberdade para os filhos de escravas nascidos depois desta data. Os senhores passaram a enfrentar o problema do progressivo envelhecimento da população escrava, que não poderia mais ser renovada.

1872 - O Recenseamento Geral do Império, primeiro censo demográfico do Brasil, mostrou que os escravos, que um dia foram maioria, agora constituíam apenas 15% do total da população brasileira. O Brasil contou uma população de 9.930.478 pessoas, sendo 1.510.806 escravos e 8.419.672 homens livres.

1880 - O declínio da escravidão se acentuou nos anos 80, quando aumentou o número de alforrias (documentos que concediam a liberdade aos negros), ao lado das fugas em massa e das revoltas dos escravos, desorganizando a produção nas fazendas.

1885 - Assinatura da Lei Saraiva-Cotegipe ou, popularmente, a Lei dos Sexagenários, pela Princesa Isabel, tornando livres os escravos com mais de 60 anos.

1885-1888 - o movimento abolicionista ganhou grande impulso nas áreas cafeeiras, nas quais se concentravam quase dois terços da população escrava do Império.

13 de maio de 1888 - assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel.

Enfim, livre Mas e aí?
A Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, foi um documento que representou a libertação formal do escravo, mas não garantiu a sua incorporação como cidadão pleno à sociedade brasileira.

O ex-escravo, abandonado à sua própria sorte, engrossou as camadas de marginalizados, que constituíam a maioria da população. Não possuíam qualificação profissional, o preconceito continuava e não houve um projeto de reintegração do negro à sociedade que acompanhasse a abolição da escravatura. Expulsos das fazendas e após vagarem pelas estradas foram acabando na periferia das cidades, criando nossas primeiras favelas e vivendo de pequenos e esporádicos trabalhos, normalmente braçais.

A escravidão deixou marcas na sociedade brasileira: a concentração de índios, negros e mestiços nas camadas mais pobres da população; a persistência da situação de marginalização em que vive a maioria dos indivíduos dessas etnias; a sobrevivência do racismo e de outras formas de discriminação racial e social; as dificuldades de integração e de inclusão dessas etnias à sociedade nacional e os baixos níveis de renda, de escolaridade e de saúde ainda predominantes entre a maioria da população.

A escravidão, portanto, fornece uma chave fundamental para a compreensão dos problemas sociais, econômicos, demográficos e culturais ainda existentes na atualidade.

Grandes abolicionistas
Na luta contra a escravidão, algumas pessoas se destacam por sua dedicação à causa. Vamos conhecer alguns destes homens que ficaram conhecidos como abolicionistas?

Joaquim Nabuco
Nascido no Recife, Pernambuco, em 19 de agosto de 1849, Joaquim Nabuco desde cedo conviveu com a dura realidade dos escravos. Na infância, o menino de família aristocrata se alfabetizara junto com os filhos dos escravos numa escolinha construída pela madrinha.


Joaquim Nabuco

Estudou Direito em São Paulo e Recife, escreveu poemas, era um patriota. Foi colega de Castro Alves e de Rui Barbosa.

O tema da escravidão estava presente em sua obra literária desde seu primeiro trabalho, nunca publicado, chamado "A escravidão". Porém, teve sucesso quando, em 1883, publicou "O Abolicionismo", durante período em que esteve em Londres.

Quando retornou ao Brasil, seguiu carreira política. Foi um grande parlamentar, um excelente orador. Fez uso de seu reconhecido talento público para lutar pela causa abolicionista, junto com José do Patrocínio, Joaquim Serra e André Rebouças.

É interessante observar que Nabuco era a favor da monarquia e ainda assim serviu fielmente à República como diplomata em Londres e Washington, após o fim do Império.

Joaquim Nabuco afirmava que a escravidão no Brasil era "a causa de todos os vícios políticos e fraquezas sociais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas finanças, a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de milhões de braços livres; a manutenção do povo em estado de absoluta e servil dependência para com os poucos proprietários de homens que repartem entre si o solo produtivo".

Morreu em Washington, no ano de 1910.

Rui Barbosa
Rui Barbosa nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849. Incansável, exerceu as mais variadas atividades profissionais. Foi advogado, jurista, jornalista, ensaísta, orador, diplomata, deputado, senador, ministro e candidato a Presidente da República duas vezes.

Sua participação na luta contra a escravidão foi uma das manifestações de seu amor ao princípio da liberdade – todo tipo de liberdade.


Rui Barbosa

Assim como Joaquim Nabuco, estudou Direito em Recife e em São Paulo, mas foi no Rio de Janeiro que Rui Barbosa abraçou a causa da abolição. Contudo, a defesa da liberdade também levou-o a ser exilado, em 1893, quando discordara do golpe que levou Floriano Peixoto ao poder e, por isto, pedira a libertação de presos políticos daquele governo ditatorial.

Destaca-se em sua biografia sua passagem como presidente da Academia Brasileira de Letras, substituindo Machado de Assis, e o grande prestígio de ser eleito Juiz da Corte Internacional de Haia. Morreu em 1923.

José do Patrocínio
Natural de Campos, no Rio de Janeiro, José do Patrocínio nasceu em 8 de outubro de 1854. Era filho de pai branco, padre, e mãe negra, escrava. Freqüentou a Faculdade de Medicina e se formou aos 20 anos de idade, mas sua principal atuação foi como jornalista. Começou na Gazeta de Notícias, em 1875, e quatro anos depois juntou-se a Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Teodoro Sampaio, entre outros, na campanha pela abolição do regime escravocrata. Em 1881, tornou-se proprietário de um jornal, a Gazeta da Tarde, e fundou a Confederação Abolicionista, para a qual elaborou um manifesto junto com André Rebouças e Aristides Lobo.


José do Patrocínio

Assim como Rui Barbosa, foi contra o governo de Floriano Peixoto, o que o obrigou a ser desterrado e tirou de circulação seu jornal, o Cidade do Rio, fundado em 1887. Com isto, afastou-se da vida política e terminou por falecer no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1905.

André Rebouças
André Rebouças, nascido em 1838, era filho de escravos. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e se formou em Engenharia na Europa. Foi professor da Escola Politécnica, e durante toda sua vida preocupou-se com a realidade brasileira. O problema dos escravos, naturalmente, não lhe passou despercebido. Escreveu, junto com José do Patrocínio e Aristides Lobo, o manifesto da Confederação Abolicionista de 1883; foi co-fundador da Sociedade Brasileira Anti-Escravidão e contribuiu financeiramente para a causa abolicionista.


André Rebouças

Apoiou a reforma agrária no Brasil e foi também inventor. Exilou-se voluntariamente na Ilha da Madeira, na África, em solidariedade a D.Pedro II e sua família, e lá morreu em absoluta pobreza.

Luís Gama
Tal como José do Patrocínio, Luís Gama foi filho de uma miscigenação de cores. Seu pai era branco, de rica família da Bahia, e sua mãe era uma africana rebelde. Contudo, um episódio trágico faria com que se afastasse da mãe, exilada por motivos políticos, e fosse vendido como escravo pelo próprio pai, vendo-se à beira da falência.


Luís Gama

Assim, viveu na própria pele o cotidiano de um escravo. Foi para o Rio e depois São Paulo. Aprendeu a ler com ajuda de um estudante, no lugar onde trabalhava como servente, mas logo fugiu – pois sabia que sua situação era ilegal, já que era filho de mãe livre.

Daí trabalhou na milícia, em jornais, escrevendo poesia e como advogado, até conhecer Rui Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco, com quem se uniria para lutar pelo fim da escravidão.

Fez do exercício da advocacia uma oportunidade para defender e libertar escravos ilegais.

Antônio Bento
Antônio Bento era um abolicionista de família rica de São Paulo. Foi advogado, Promotor Público e depois Juiz de Direito. Seus métodos não-ortodoxos, intransigentes e revolucionários para libertação dos negros o tornaram famoso. Promovia, juntamente com os membros da Ordem dos Caifazes (considerada subversiva na época), proteção a escravos que fugiam e incentivava a evasão dos negros das grandes fazendas.

Os historiadores narram que, para Antônio Bento, a escravidão era uma mancha na história do Brasil. Cristão fervoroso, há um registro de um episódio em que um negro, que havia sido torturado, teria sido levado por Antônio Bento a uma procissão. O efeito causado, além de mostrar as agruras da escravidão, foi de uma inevitável comparação do martírio do negro ao martírio de Cristo.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Dia do Automóvel


13 de Maio
O DER - Departamento de Estradas de Rodagem foi criado em 02 de julho de 1934, através do Decreto nº 6529.

Com grande autonomia técnica, o Departamento conseguiu algumas mudanças fundamentais através de contratos firmados com o IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas, criado na mesma época para realizar ensaios em materiais e estudos de obras de arte.

Quem percorre hoje as grandes rodovias do país não pode ter idéia das dimensões do trabalho realizado.

Fica difícil imaginar o que foi, no início deste século, o surgimento das primeiras estradas de carro e o entusiasmo dos aventureiros pelos novos caminhos que estavam sendo traçados.

As longas viagens a pé, a cavalo ou de carroça, diligência e carruagem por vias precárias e poeirentas fizeram parte da paisagem de um Brasil que hoje parece muito distante.

A Estrada Imperial, que liga a cidade de Mangaratiba a Rio Claro, através da Serra do Piloto, possui cerca de 40 quilômetros de extensão e é considerada a primeira estrada de rodagem do Brasil, construída por D. Pedro II em 1856, para atender ao escoamento da produção de café do Vale do Paraíba para o Porto de Mangaratiba.

Para completar o quadro, os transportes no mundo sofreram uma grande revolução quando surgiram os primeiros automóveis.

Como o próprio nome já indica, automóvel significa a capacidade de se movimentar sozinho, a partir de propulsão própria, sem precisar de reboques (ao contrário das carruagens e carroças que prescindiam de cavalos, por exemplo).

A idéia de conduzir um veículo sobre rodas movido por bateria, vapor ou combustível fascinou os homens.

A possibilidade de se alcançarem grandes velocidades levou ao aperfeiçoamento do desempenho dos veículos, que hoje são mais leves, aerodinâmicos e correm muito mais do que os primeiros automóveis.

O número de carros particulares sofreu um aumento gigantesco nos últimos anos.

Com isso, as estradas enfrentam o desgaste pelo trânsito intenso de veículos, e o motorista enfrenta congestionamentos caóticos ao longo do dia.

A partir daí podemos perceber a enorme importância da construção de estradas e a constante melhoria de condições das mesmas.

Afinal, o propósito de interligar pessoas e lugares não pode enfrentar obstáculos!

Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem

Entre todas as invenções, o automóvel sempre terá um lugar de destaque. A história do século XX está intimamente ligada a esse objeto de desejo de tantas pessoas. Se na origem do automóvel estava a vontade de criar um meio de transporte que permitisse à pessoa deslocar-se de forma fácil, rápida e cômoda, hoje o automóvel é muito mais do que isso, pois é encarado como um símbolo de status e estilo de vida do seu proprietário.

O primeiro automóvel da história foi um veículo construído por Joseph Cugnot, em 1771. Tinha três rodas e era movido a vapor. Podia atingir a velocidade de 3,5 km/h. Em 1862, Étienne Lenoir desenvolveu o primeiro motor de combustão interna, utilizando gás. Seguindo essa seqüência de sucessos nos experimentos, os alemães Karl Benz e Gottlieb Daimler construíram, em 1889, aquele que é considerado o primeiro carro moderno: um automóvel movido a gasolina, já preparado para ser comercializado
No entanto, a popularização do automóvel só aconteceu em 1908, quando o norte-americano Henry Ford desenvolveu o famoso Ford T, chamado de "Fordinho", que apresentava um custo muito mais reduzido, devido à concepção da linha de montagem idealizada por Ford. Em cinco anos foram vendidas 250 mil unidades, mais do que todos os carros que circulavam antes da sua invenção. Foi esse o modelo que serviu de base à criação dos atuais automóveis.

Utilizada até hoje, a linha de montagem funciona de maneira a economizar tempo e, conseqüentemente, reduzir o custo do produto final. Cada funcionário, ou um grupo deles, é responsável pela instalação de uma das partes do veículo, que segue na "linha" até outro grupo, responsável por outra parte, e assim sucessivamente, até que o carro fique completo.

A partir daí, o automóvel ganhou definitivamente as ruas, onde várias marcas e modelos disputam a atenção do consumidor. Algumas delas entraram para sempre na história do automóvel. O Volkswagen, ou seja, "carro do povo", o Citroën 2Cv e o Fiat 600 são exemplos de carros que atingiram enorme popularidade, com fãs-clubes em todo o mundo.

A história do automóvel, no Brasil, apresenta algumas curiosidades e momentos pitorescos. Em 1893, as pessoas se comprimiam na rua Direita, em São Paulo, para ver de perto Henrique Santos Dumont, irmão do Pai da Aviação, "pilotando" seu carro aberto, movido a a vapor. Em 1897, no Rio de Janeiro, o povo se surpreendeu com o primeiro automóvel da cidade, cujo dono era José do Patrocínio, o famoso Tigre da Abolição, que dirigia seu veículo a vapor importado da França. Em 1956, Juscelino Kubitschek implantou a indústria automotiva no Brasil, mediante a criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), fato que concorreu para o desenvolvimento industrial do país e crescimento e fortalecimento dos sindicatos de classes.

Fonte: www.paulinas.org.br

Dia do Zootecnista


13 de Maio
No dia 13 de maio de 1966, em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, era criado o primeiro curso de Zootecnia no país. Desde criança ouvimos falar que o Brasil "é um país agrícola" ou "é o celeiro do mundo" ou ainda "é o país do futuro".

Aos poucos, o Brasil começa a referendar os jargões criados
Apesar de tantos problemas sociais e econômicos, parece que o novo século está trazendo bons ares ao país e, como não poderia deixar de ser, é através, principalmente, do campo.

Um terço da riqueza produzida no país tem origem no campo.

Nestas quase quatro décadas de existência do Curso de Zootecnia, os Zootecnistas já formados, sem dúvida alguma, têm apresentado relevantes contribuições ao avanço social e econômico do nosso país, através do fomento à nossa pecuária e ao desenvolvimento produtivo dos nossos rebanhos, bem como estudando alternativas de produção racional de diferentes espécies animais, nas mais variadas condições.

Atualmente, são cerca de 11.000 profissionais formados e já existem mais de 50 faculdades espalhadas no país.

Os números mostram uma categoria com amplas possibilidades de fortalecimento das suas bases, pela manutenção de uma firme atuação, tanto na iniciativa privada, quanto no setor público, juntamente com outras profissões das Ciências Agrárias.


Na atualidade, é dispensável frisarmos a evolução da Zootecnia como ciência, uma vez que, rotineiramente, a sociedade tem tido contato com os avanços da genética animal, dos sistemas intensivos de criação, do acentuado crescimento da Avicultura, Suinocultura, Bovinocultura de Corte e Leite, que são as mais expressivas mantenedoras de postos de trabalho e renda no meio rural.

Têm avançado também os conhecimentos na área de alimentação, nutrição e manejo geral dos animais de interesse econômico e social, com respeito ao meio ambiente como patrimônio às futuras gerações.

Fonte: Universidade Católica de Goiás


Muito além dos chifres de boi
O coordenador do curso de Zooctecnia da Universidade Federal de Viçosa, Edenio Detmann, acredita que a lenda urbana da profissão ainda faz parte do imaginário do aluno que chega à faculdade. “Ele acha que no primeiro semestre já vai pegar o boi pelo chifre.” Os dois primeiros anos do curso incluem disciplinas como matemática, álgebra, química, biologia e física.

Detmann esclarece que as matérias, vistas parcialmente no ensino médio, são aprofundadas na faculdade, com o objetivo de preparar melhor o aluno para as disciplinas profissionalizantes.

Outra confusão freqüente é feita entre os cursos de zootecnia e medicina veterinária. “O zootecnista responde pelo desenvolvimento de produtos de origem animal.

É uma ciência de processo. Veterinária é medicina, sendo que o veterinário atua como médico na maioria das vezes dentro de um sistema de produção.

As carreiras apresentam pequena sobreposição, uma vez que o veterinário tem uma pequena formação em zootecnia e vice-versa.”, esclarece Detmann.

Ele destaca a contribuição do zootecnista também para a saúde humana, à medida que é responsável pelo controle do produto que chega para consumo.

Para Edenio Detmann, o curso de zootecnia tem sido impactado ainda pelo crescimento da área de ciências ambientais, devido às novas diretrizes do Ministério da Educação.

“Há um movimento de conservacionismo, ou seja, o manejo sustentável e a diminuição do impacto ambiental das produções”, explica.

‘É preciso determinação’

Lívia Vieira de Barros morava com os pais em um sítio quando escolheu o curso de graduação. Estava em dúvida sobre três carreiras: medicina veterinária, agronomia e zootecnia. Acabou decidindo-se pela última. “Entre trabalhar com animais e plantas, preferia animais.

Assim, eliminei agronomia. E entre produção animal e saúde animal, escolhi a parte de produção, porque sabia que não conseguiria lidar com animais doentes”, diz ela, que está no último período do curso de zootecnia da Universidade Federal de Viçosa.

A falta de conhecimento da profissão faz com que alguns jovens acabem desistindo do curso. Na opinião de Lívia, a pessoa deve procurar se informar e saber quais são as disciplinas. “Não é um curso fácil. Os primeiros anos são muito básicos.

Comecei a fazer estágio logo no primeiro semestre; por isso, tive oportunidade de praticar cedo e foi um diferencial. Quem escolher zootecnia deve ter muita determinação e dedicação.

Gostei muito do curso. Meus planos são trabalhar na área de pesquisa, e já vou fazer prova para o mestrado.

Hoje, cada vez mais, a exigência por especializações aumenta”, conclui.

O que faz

O profissional de zootecnia trabalha em todas as etapas do sistema de produção animal: alimentação, atividades de melhoramento genético, reprodução, controle da qualidade do produto final – carne, leite, ovos e seus derivados. Também realiza pesquisas de nutrição e alimentação, acompanhando a fabricação e o controle da qualidade de rações, vitaminas e produtos de higiene e saúde para o animal. A atuação profissional do zootecnista é regulada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Áreas de atuação

Nutrição e alimentação animal, indústria de alimentação, iniciativa pública e privada, prestando assistência técnica e praticando extensão rural. Pode ainda atuar em seu próprio negócio ou seguir na área de pesquisa. O campo de trabalho do zootecnista expande-se também às áreas de proteção e conservação de animais silvestres, estímulo ao ecoturismo e agroturismo.

Especialização

O grau acadêmico do zootecnista corresponde ao de bacharel, o que o habilita a desenvolver estudos de pós-graduação, tanto de especialização (Latu sensu), como de mestrado ou doutorado (Strictu sensu). Destacam-se, neste sentido, segundo avaliações da Capes, os cursos de pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, Universidade Estadual Paulista - campus de Jaboticabal, Escola Superior de Agricultura “Luís de Queiroz” da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Maringá.

Fonte: www.fiocruz.br

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dia Internacional da Enfermagem


12 de Maio
DESENVOLVIMENTO DA ENFERMAGEM ATRAVÉS DA HISTÓRIA

A enfermagem é uma profissão que surgiu empiricamente e se desenvolveu, através dos séculos, em estreita relação com a história da civilização, mas que nem sempre acompanhou o desenvolvimento no campo científico.

Houve época em que a enfermagem era uma atividade regida pelo espírito de serviço e humanismo, associado a crenças e superstições, sem nenhuma fundamentação científica, ou então épocas de maiores conhecimentos e habilidades, mas deficientes pelo padrão moral dos elementos que a exerciam.

Podemos dividir a história da enfermagem em períodos assim compreendidos.


1. Período antes de Cristo

O tratamento do enfermo depende estritamente do conceito de saúde e de doença. Nesta época, os povos primitivos entendiam a doença como um castigo dado pelos deuses, ou então como causada pelos efeitos de um poder diabólico, exercido sobre os homens.

Os povos recorriam a seus sacerdotes ou feiticeiros, acumulando estes as funções de médico, farmacêutico e enfermeiro.

O tratamento se limitava a aplacar as divindades e afastar os maus espíritos.

Os documentos daquela época nos forneceram idéia do tratamento dispensado então aos doentes. Os mais antigos foram encontrados no Egito, do ano 4688 A.C- ao ano 1552 da mesma era. Alguns destes documentos relatam prescrições e fórmulas médicas seguidas de fórmulas religiosas, que o doente devia pronunciar, enquanto ingeria o medicamento. Por outro lado, quem preparava a droga, devia fazê-lo ao mesmo tempo que dizia uma oração a lsis e a Hórus, princípio de todo bem.

Esses documentos não mencionam nada sobre os hospitais e enfermeiros, somente sobre a medicina, que era entrelaçada com crenças religiosas, embora com desenvolvimento científico bem significativo para a época. Reconheciam o coração como centro da circulação, embora desconhecessem como esta se processava, e a respiração como um ato de vital importância. Possuíam, junto aos templos, ambulatórios para que os futuros sacerdotes médicos pudessem praticar.

Na índia, os documentos do século VI A.C. nos forneceram dados a respeito da enfermagem, medicina e existência de hospitais. Os hindus exigiam que os enfermeiros tivessem: asseio, habilidade, inteligência, conhecimento de arte

culinária e de preparo dos remédios. Moralmente, deveriam ser: puros, dedicados e cooperadores.
A Grécia marcou esta época, pelo desenvolvimento e domínio da filosofia, das ciências, letras e artes e, principalmente, no campo da medicina. Foi ali que a medicina iniciou suas bases científicas, graças a Hipócrates, que recebeu a denominação de "O Pai da Medicina".

2. Período da unidade cristã

O cristianismo, indiretamente, provocou uma transformação na organização política e social, através da reforma dos indivíduos e da família. Surgiu, nesta época, um grande espírito de humanidade, e muitos cristãos, levados a procurar uma vida mais santa e caridosa, se reuniam em pequenas comunidades, que se dedicavam à assistência dos pobres, velhos, enfermos e necessitados, em casas particulares ou hospitais, chamadas Diaconias.

Após o Edito de Milão (335), pelo qual Constantino dava aos cristãos a liberdade de culto, muitos romanos transformaram seus palácios em Casas de Caridade e inúmeros hospitais cristãos foram abertos. Foi uma época áurea para os hospitais. Acrescendo a isto, destacou-se a atuação das grandes Abadessas na melhoria da assistência aos enfermos e elevação do nível da enfermagem. Entre elas, ressaltamos o valor de Santa Hildegarda (século Xl), proveniente de família nobre e que tornou-se uma das mais célebres Abadessas, pelos seus grandes conhecimentos de Ciências Naturais, Enfermagem e Medicina. Escreveu sobre doenças do pulmão, verminose, icterícia. Dava grande importância à água em seus tratamentos e recomendava às enfermeiras que proporcionassem freqüentes banhos aos seus pacientes.

Neste período surgiram organizações, sob a forma religiosa-militar, com a finalidade de libertar o túmulo de Cristo do domínio muçulmano (Cruzadas) e proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém (Cavaleiros de Lázaro, Cavaleiros de São João de Jerusalém e Cavaleiros Teutônicos).

Essas organizações religiosas-militares prestavam cuidados de "enfermagem" aos doentes e aos feridos.

O espírito de humanidade dominante naquela época muito contribuiu para que os enfermos recebessem um bom padrão de assistência, embora muito pouco tenha sido relatado especificamente sobre a enfermagem.

3. Período de decadência da Enfermagem

A baixa do espírito cristão repercutiu diretamente na enfermagem, tanto na quantidade como na qualidade das pessoas que se dedicavam ao serviço dos enfermos. Os donativos e a generosidade iam cada vez mais diminuindo, os hospitais entrando em sérias dificuldades de funcionamento por falta de recursos humanos e materiais. Aos poucos, a decadência se agravava, ocasionando o fechamento de muitos hospitais. Outro fator que colaborou nessa crise dos hospitais foi a Reforma religiosa provocada por Lutero, Henrique Vlll e Calvino, que expulsou dos hospitais as religiosas que assistiam os doentes, especialmente na Inglaterra.

Os cuidados prestados aos enfermos passaram a ser dados por pessoas de baixo nível social e qualificação pessoal. Esta atividade passa a ser um trabalho árduo e de baixa remuneração; não havendo mais, ou muito pouco, o sentido cristão que regeu, por longa época, a razão de assistir os necessitados. O desenvolvimento científico da enfermagem naquela época foi muito pequeno, não conseguindo acompanhar o avanço que a medicina tinha conseguido alcançar.

Mas, no século Xvll, surgiu São Vicente de Paulo, que fundou o Instituto das Filhas de Caridade, que se dedicaram aos enfermos, o que reergueu novamente a enfermagem e lhe deu o título de "Precursor da enfermagem moderna".

No século XIX, surgiu Florence Nightingale, reformando totalmente a enfermagem e iniciando uma outra fase para a profissão.

4. Período do Sistema Nightingale

(Sistema Moderno de Enfermagem)

Florence Nightingale nasceu em Florença, em 1820, proveniente de família rica. Dotada de uma cultura muito acima do comum entre as moças daquela época, demonstrou, desde muito cedo, uma tendência para tratar dos enfermos, encontrando no início oposição da família, por ser essa atividade, naquele tempo, exercida por pessoas, de um modo geral, de nível educacional e padrão moral baixos.

Mas Florence, dotada de decidida vocação e marcante personalidade, não desistiu diante do obstáculo que se lhe opunha. Aos 31 anos conseguiu autorização para fazer estágio num hospital mantido por entidade protestante.

Recebeu aí, as primeiras orientações sobre os cuidados com os enfermos que não corresponderam ao que esperava. Sentiu então a necessidade de um ensino de enfermagem fundamentado em bases científicas e metódico.

Em 9 de julho de 1860, fundou em Londres, Inglaterra, a primeira escola de enfermagem, funcionando junto ao Hospital St. Thomas. Estabeleceu que:

A direção da escola deveria ser exercida por uma enfermeira, e não por médico, o que era comum nos poucos cursos dados nos hospitais.

O ensino deveria ser metódico, e não apenas ocasional, através da prática.

A seleção das candidatas deveria ser feita sob o ponto de vista físico, moral, intelectual e de aptidão profissional.

Várias líderes surgiram dessa escola e introduziram o sistema Nightingale em diversos países, através da fundação de novas escolas.

Os cursos passaram a ser procurados por moças educadas e cultas; a enfermagem passava a ser uma profissão honrosa e melhor aceita na sociedade.

5. Enfermagem no Brasil

Desde a colonização do país, já se propunha a abertura de Santas Casas, tipo "Misericórdias", muito comuns em Portugal. A primeira destas foi fundada em 1543, após a fundação da Vila de Santos, por Braz Cubas. Seguiram-se as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda, Ilhéus e outras.

Quanto ao desempenho da atividade de enfermagem naquela época pouco se sabe, a não ser a atuação dos Jesuítas na fundação, direção e manutenção das obras de caridade, auxiliados por voluntárias.

Entre os Jesuítas, destacou-se o Pe. Anchieta, que não se limitou só à catequese mas estendeu sua atenção ao campo da saúde e educação, tão carentes naquela época.

Também os escravos recebiam orientação de seus senhores para cuidar de doentes particulares.

Em 1852 as Irmãs de Caridade vieram para a Santa Casa do Rio de Janeiro, e, à medida que estas aqui chegavam, iam-lhes sendo entregues os estabelecimentos de assistência.

No século XIX surgiram algumas iniciativas de abertura de cursos relacionados com a enfermagem. Abriu-se, junto à escola de Medicina da Bahia, o curso de parteiras. Tempos depois os psiquiatras sentiram a necessidade de preparo para os que se dedicassem ao cuidado dos enfermos mentais, fundando no Rio de Janeiro a Escola Alfredo Pinto, mas com bases bem rudimentares.

No tempo do Império, raros nomes se destacaram, merecendo especial atenção o de Ana Néri. Nascida na Bahia, destacou-se no cenário da enfermagem brasileira, como voluntária na guerra do Paraguai. Sua participação na assistência dos feridos, foi marcante, sendo denominada "Mãe dos Brasileiros".

Em 1923, com a fundação da Escola de Enfermagem Ana Néri, no Rio de Janeiro, que procurou seguir o sistema Nightingale, é que a enfermagem brasileira passou por um desenvolvimento maior. Muitas outras escolas foram abertas, seguindo o mesmo sistema, surgindo daí líderes que atuaram em diversas entidades, como diretoras, ou na assistência aos enfermos sempre voltadas para os três elementos que são indispensáveis na profissão de enfermagem: Ideal, Arte e Ciência.

Fonte: www.ufrgs.br

sexta-feira, 7 de maio de 2010

7 de Maio DIA DO SILÊNCIO


Silêncio é o eco reflexivo interior, o vôo da solidão gigante, o grito eloqüente no auge da dor, o clamor do oprimido, a expressão criadora do poeta.

O silêncio é a ausência de barulho, sons, vozes e ruídos, segundo a definição de dicionários e enciclopédias.
Do ponto de vista da espiritualidade, o silêncio é força e caminho propício à introspeção e à meditação.

O silêncio dos imensos desertos, por onde caminham os peregrinos, em busca da fonte inesgotável de paz e harmonia.

O silêncio que nos acompanha na intimidade e está conosco no instante final, companheiro e guia no caminho da eternidade.

Silêncio é a força misteriosa, repleta de sutilezas e transparências, que nos dá a medida exata da pureza, da humildade, da riqueza interior.

Sem o silêncio a alma fica pequena.

"Há o silêncio manipulador, o silêncio torturante, o silêncio chantagista, o silêncio rancoroso, o silêncio conivente, o silêncio da zombaria, o silêncio imbecil, o silêncio do desprezo.

Há pessoas que matam com seu silêncio. Há silêncios que esmagam a justiça e a bondade, na calada da noite.

O silêncio mais puro é aquele que guarda a confidência.

Este silêncio jamais é excessivo.

Não se deve apregoar aos quatro ventos o que foi murmurado na intimidade da amizade e do amor.

O silêncio mais sábio é aquele que fazemos diante dos impertinentes, intolerantes e desbocados.

É o silêncio do Cristo inocente diante dos acusadores, o silêncio dos espaços infinitos diante da quase infinita capacidade nossa de falar ou escrever sem razão.

Calar da maneira certa é deixar que uma voz mais profunda seja ouvida.

A voz severa, a voz serena, a voz suave e firme da verdade."

Fonte: Kplus

A palavra silêncio segundo o dicionário é derivada do latim silentiu e significa “interrupção de ruído”; “estado de quem se cala ou ou se abstém de falar “; diz ainda a respeito da “privação, voluntária ou não, de falar, de publicar, de escrever, de pronunciar qualquer palavra ou som, de manifestar os próprios pensamentos etc..”

Nós vivemos em um mundo cheio de ruídos, Em uma época de muita agitação, de poluição sonora, enfim de muito barulho e o silêncio passou a ser algo ameaçador. O som do silêncio, entretanto, é poderoso.

Há muito tempo, desde as primeiras civilizações, o silêncio é um importante elemento cultural, imposto, drasticamente, para salvaguardar seus segredos.

Em quase todas, é representado por uma criança com o dedo sobre os lábios.

Constitui-se uma exceção, o antigo Egito, onde existia um “Deus” do silêncio chamado Harpócrates, com a mesma posição já descrita.

Entre os sacerdotes egípcios, os iniciados assumiam um estado de silêncio total, a fim de se manterem os segredos e incitá-los à meditação.

Buda, em 500 a.C., também valorizava o silêncio como condição para a contemplação.

Dentre os mistérios gregos, encontramos o de Orfeu, que com a magia de seu canto e de sua música, executada numa lira, silenciava a natureza e a tudo magnetizava.

Para os Talhadores de Pedras, o segredo e o silêncio sobre sua arte eram uma questão de sobrevivência, constituindo-se, inclusive, num salvo-conduto.

Realmente, vivemos num mundo agitado, confuso, violento e muito barulhento. Então celebrar um pouco de silêncio é precioso.

Não é fácil aceitar o poder do silêncio, quando o mesmo causa temor.

Contudo, ao colocar o silêncio para trabalhar em seu favor, a pessoa vê o poder de observação mais aguçado e aprende a ler linguagens não verbais.

É necessário arranjar tempo, criar oportunidades para estar para um profunda reflexão sobre a vida a fim de suportar todo esse clima e superar as tensões do mundo moderno.

Pois o silêncio e tão importante quanto a prática da palavra.

Fonte: marcelolisboa.wordpress.com

Há muito tempo, desde as primeiras civilizações, o silêncio é um importante elemento cultural, imposto, drasticamente, para salvaguardar seus segredos.

Em quase todas, é representado por uma criança com o dedo sobre os lábios.

Constitui-se uma exceção, o antigo Egito, onde existia um “Deus” do silêncio chamado Harpócrates, com a mesma posição já descrita.

Entre os sacerdotes egípcios, os iniciados assumiam um estado de silêncio total, a fim de se manterem os segredos e incitá-los à meditação.

Realmente, vivemos num mundo agitado, confuso, violento e muito barulhento.

Então celebrar um pouco de silêncio é precioso.

Não é fácil aceitar o poder do silêncio, quando o mesmo causa temor.

Contudo, ao colocar o silêncio para trabalhar em seu favor, a pessoa vê o poder de observação mais aguçado e aprende a ler linguagens não verbais.

É necessário arranjar tempo, criar oportunidades para estar para um profunda reflexão sobre a vida a fim de suportar todo esse clima e superar as tensões do mundo moderno.

Pois o silêncio e tão importante quanto a prática da palavra.

Fonte: www.pauliniaemfoco.com.br

No atual mundo globalizado temos que aprender a lidar, diariamente, com a agitação e os contratempos do cotidiano; assim, somos expostos continuadamente a diversas formas de ruído e barulho.

Trânsito, vozes, TV, rádio, sons externos e tantas outras coisas, o ritmo intenso e intrínseco ao mundo moderno, representam uma poluição sonora constante em nosso dia-a-dia.
Porém, dia 07 de maio, comemora-se o Dia do Silêncio, um momento para refletirmos sua importância nos mais diversos momentos de nossas vidas.

Nas variadas culturas há menções referentes à importância do silêncio.

Como mencionado pelo filósofo William James, “o exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra”.

Que neste Dia do Silêncio possamos saber distinguir os momentos de calar e refletir sobre coisas simples como a reflexão, a paz e a tranquilidade.

Fonte: www.facene.com.br

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mensagem para o DIA DAS MÃES - Mãe

NEHEMIAS MARIEN: O PASTOR QUE ACEITA O ESPIRITISMO


Fátima: Pastor, qual é a sua Igreja e onde fica?

Nehemias: Minha igreja é uma betel, vamos dizer, uma palavra hebraica, todo lugar, onde o ser humano está presente em Deus, o eterno, na imensurável transcendência. Eu tenho até constrangimento de dizer em que igreja, porque minha igreja é você, estarmos, juntos, a Eclésia no pensamento de Jesus, lá na Cesaréia, quando pela primeira vez disse: "Eu vou edificar a Igreja". É isso aí, é a vida, é o trabalho, é a família, caminhada. Quando as pessoas estão juntas, mesmo que não pensem da mesma maneira é uma igreja, é uma comunidade holística. Agora, sou de formação Calvinista, sou pastor presbiteriano, lá em Cobacabana, já há 43 anos, sem sair da igreja. Meus pais eram missionários lá em Mato Grosso, onde eu nasci, morei na Inglaterra, um período na França e estou no Rio de Janeiro há 26 anos, pastoriando a Igreja Presbiteriana Bethesda.

Fátima: É verdade que o senhor acredita em Reencarnação?

Nehemias: Olha só, muito grato pela pergunta. Até o ano de 546, no Concílio de Calcedônia, o Espiritismo fazia parte dos canônes da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e menos teológicas, foi banido do canône oficial e hoje a doutrina espírita, para a maioria dos pressupostos evangélicos, porque assim, numa confusão chamar de evangélicos só os crentes entre aspas, né? Evangélico é quem anuncia a Boa Nova. Então, eu sou professor de Teologia Bíblica e de Ciências Bíblicas. É meu livro de cabeceira. No estudo da Bíblia, as evidências da Reencarnação são assim incontestáveis, e eu acho que o Espiritismo é a mais caudalosa vertente do Cristianismo, pelas idéias. Você encontra, tanto no Antigo como no Novo Testamento, evidências claras da Reencarnação, isto é, do prosseguir da vida. Tanto Pedro, o pressuposto grande apóstolo Pedro, fala na sua segunda encíclica, no final da Bíblia, fala sobre a existência do espírito após a morte e nesta evolução do ser humano. E também São Judas, o apóstolo de Cristo, na sua epístola final, também fala sobre o mesmo tema. Então, sou uma pessoa estudiosa, aberta. Eu não tenho muros de espécie alguma. Eu tenho uma visão holística e aprendo muito com meus amados irmãos espíritas. Eu tenho um livro "Transcendência e Espiritualidade", onde abordo mais diretamente o assunto. Estou crescendo assim, nesta área e num certo diálogo. Tem algumas coisas que eu não entendo, pelos meus limites bíblicos e culturais, como também não entendo o próprio Cristo. Como vou compreender plenamente Allan Kardec?

Fátima: O senhor já manifestou este ponto de vista reencarnacionista na sua igreja?

Nehemias: Ah, sim, sim. A minha comunidade é uma igreja grande. Somos cerca de 350 congregados, tem cinco pastores, é um colegiado pastoral, além do livro. O livro é público, editado aí. Eu tenho participado de revistas. Por exemplo, no começo do ano a Revista Espírita Allan Kardec publicou uma síntese do pensamento meu, a respeito. A igreja ouve-me, aceita. Eu sou o pastor titular. Somos cinco pastores, mas estou ali, orientando a igreja, neste sentido. Eu não tenho nada de secreto na minha vida pastoral.

Fátima: Qual a receptividade do público de sua igreja, em relação ao seu conceito reencarnacionista?

Nehemias: Bem, a igreja, ela me aceita plenamente, mas eu tenho a impressão de que não só sobre o meu aspecto filosófico, teológico, doutrinário sobre o Espiritismo, mas em outros também. Porque eu, pessoalmente, Nehemias Marien, sou uma espécie de espinho de peixe na garganta da minha própria igreja, mas aceitam e vão atrás. Como diz o Mestre: "O pastor vai à frente do rebanho e o rebanho o segue, porque conhece a voz do seu pastor". Não segue em frente, mas segue a mim, mesmo que me engulam, vamos dizer assim goela abaixo, por não entenderem bem minhas nuances teológicas e espirituais, eles me aceitam. A gente vive num amor perfeito. Lá na minha igreja, pregou Libórni Siqueira, que é desembargador, um grande espírita. O Gérson Azevedo, que é ex-presidente da Federação Espírita do Rio de Janeiro. Vários espíritas pregando na Igreja. Não vão lá visitar, não. É subindo ao púlpito. É um púlpito bonito, mais alto. Usam até toga e se não quiser fardamento, ficam como estão, elegantemente vestidos e pregam lá. Então é uma igreja aberta.

Fátima: Já que o senhor acredita na Reencarnação, o que o faz continuar professando a teoria presbiteriana?

Nehemias: Olha, eu estou presbiteriano. Eu até não gosto muito desta palavra "presbiteriano", porque Calvino, João Calvino, que é o estruturador do pensamento teológico protestante, ele bebia muito lá na Idade Média. Mandou crucificar na maneira de falar, mandou queimar vivo Serventus, um médico, porque discordava dele. Criou uma doutrina chamada "Doutrina da Predestinação". Eu bato de frente contra isso. Agora eu estou lá, porque acho que estamos num "pool" de idéias e a minha cabeça é holística. Assim, vamos dizer, Nehemias Marien, teológica e pastoralmente, é um caleidoscópio. A beleza do caleidoscópio é exatamente ter vidros quebradinhos, bonitos e funcionais, com figuras geométricas de grande dimensão espiritual.

Fátima: O senhor já estudou a Doutrina Espírita?

Nehemias: Eu tenho o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo e vários livros de Allan Kardec.

Fátima: E qual a sua opinião sobre a Doutrina Espírita?

Nehemias: Eu acho que o Espiritismo é o mais caudaloso afluente do Cristianismo. Considero a Bíblia como o mais antigo livro de psicografia e mediunidade. Eu acho que Jesus era o médium perfeito, e que a mentalidade kardecista todos nós a temos.

Fátima: Sobre a mediunidade, pastor, o que o senhor diz?

Nehemias: Olha, nós todos somos médiuns. Queiramos ou não. É uma questão de reconhecer, constatar e disciplinadamente desenvolver. Agora, há muitos preconceitos. Nossa cabeça é assim muito cheia de preconceitos, conceitos não, mas preconceitos temos demais. Então, eu acho o seguinte: eu, a respeito da mediunidade, até agora, estou sentindo... (emociona-se e chora). Eu acho que o verdadeiro servo de Deus é um médium. Ele não fala de si. Vamos dizer, entre aspas, traduzindo sentimentos, é uma incorporação espiritual. Ele não é dono dele, é um veículo, um canal. O importante é a mensagem que transmite.

Fátima: E quanto à comunicabilidade com os Espíritos, o que o senhor diz?

Nehemias: É isso que eu estava tentando passar. Eu tenho, até não entendo bem este espírito meu, mas eu tenho a impressão de que é uma índia, minha Biquara, mãe de minha mãe, minha avó Joana. Eu sinto assim, uma certa colocação, uma certa energia dela para mim. Todas às vezes em que eu abro o texto sagrado, para as homílias, as pregações, os sermões, sinto que estou fora de mim. Eu admito esta transcendência da Espiritualidade, esta invasão do Céu no coração humano, através da mediunidade.

Fátima: Como o senhor encara os sucessivos ataques de pastores ao Espiritismo?

Nehemias: Bom, como eu diria, nossos amados irmãos são aliados. Estamos todos no mesmo barco, mas eles fazem parte da artilharia. O artilheiro é o soldado, que vem lá atrás. A infantaria somos nós, a Doutrina Espírita, aqueles que vão lá para frente. A artilharia, ao abrir espaço à frente, solta as bombas, mas são muito ruins de cálculos matemáticos, erram os cálculos e acabam dizimando os próprios aliados. É o que acontece, criticando o Espiritismo, que está na mesma dimensão espiritual. Eu os chamo, vamos dizer assim, de bonsais espirituais, aquela plantinha que não cresce. Lá em Tóquio vi todo um horto só de bonsai, bonitos, mas não se desenvolveram espiritualmente. Estes que atacam nossos irmãos espíritas e outras tradições, com as quais não concordam, são uma espécie de pitibus. Eu acho que os ventos contrários firmam raízes de árvore e o avião sobe mais alto. Acho que é como burilando um diamante, que vira brilhante.

Fátima: Em sua opinião, qual seria o caminho mais eficiente para a Humanidade seguir em direção ao Ecumenismo?

Nehemias: Eu penso Mimo Melânquico, o grande reformador do século XVI. Ele tem uma fórmula e diz assim: "Unidade absoluta, naquilo que é essencial, o amor, por exemplo. Liberdade absoluta em tudo que é duvidoso e caridade em todas as coisas". Acho que este é o caminho do Ecumenismo.

Fátima: O que o senhor acha de Chico Xavier?

Nehemias: Chico Xavier é um nome-legenda da espiritualidade, nacional e mundial. Eu tive o privilégio de estar com ele duas vezes. Fui fazer uma série de conferências do Rio à Brasília. Viajei de carro e propus ao meu amigo levar-me em Uberaba. Oramos juntos. Olha, Chico Xavier e Dom Hélder Câmara são pessoas que me fizeram muito bem pela prece a meu favor. Rogo a Deus que este ícone da Espiritualidade, que o Mundo todo respeita, tenha assim muitos, muitos e muitos privilégios desta bênção inaudita de transbordar a Espiritualidade como ela vem fazendo pelo santo Chico Xavier.

Fátima: Espaço aberto para sua mensagem final.

Nehemias: Rogo a Deus que haja uma nova consciência no ser humano, e que é difícil abrir ao espírito. Ele, como vento, sopra onde quer, já que aqui a vida é grande Pentecostes. Que Deus abençoe os irmãos e irmãs, grandes e pequenos, que participam desta festa eucarística do Programa Nova Consciência.

(Entrevista realizada por Fátima Farias / CONSCIÊNCIA ESPÍRITA - CONSCIESP 2002 - João Pessoa, PB).

ABAIXO A DENGUE!!!



Repelente Caseiro

Este repelente caseiro, feito com ingredientes de fácil disponibilidade, preparo simples e de agradável aroma, muito econômico. Em contato com pessoas, tenho notado que não se protegem, estão reclamando que crianças estão cheios de picadas... Tenho distribuído frascos como número de casos de dengue, e não consigo dar conta de tudo. Gostaria que a SUCEN sugerisse aos municípios distribuir este repelente (numa emergência) nos bairros carentes com focos da dengue, ensinando o povo para futuramente preparar e usar diariamente, como se usa sabonete e pasta de dente. Protegeria as pessoas e ao mesmo tempo, diminuiria a fonte de proteína do sangue humano para o aedes maturar seus ovos, atrapalhando assim, a proliferação.
DENGUE I: FAÇA O REPELENTE DOS PESCADORES EM CASA:
*1/2 litro de álcool,
*1 pacote de cravo da Índia (10 gramas),
*1 vidro de óleo de nenê(100ml).
Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias agitando, cedo e a tarde. Depois coloque o óleo corporal. Pode ser óleo de amêndoas, camomila,erva- doce, aloé vera). Passe só uma gota no braço e pernas e o mosquito foge do incômodo. O repelente evita que o mosquito sugue o sangue, assim, ele não consegue maturar os ovos e atrapalha a postura, vai diminuindo a proliferação. A comunidade toda tem de usar, como num mutirão. Não forneça sangue para o aedes aegypti!
Ioshiko Nobukuni - sobrevivente da dengue hemorrágica.
nobukunister@ gmail.com

segunda-feira, 3 de maio de 2010

DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA


03 de Maio

MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU KOFI ANNAN, POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

Vivemos num mundo saturado de informação. Com a proliferação das chamadas “novas mídia”, das novas tecnologias e dos novos modos de difusão, a informação tornou-se muito mais acessível. Ao mesmo tempo, tem-se também diversificado. A informação veiculada pelos principais meios de comunicação social é agora complementada pela difundida pela “mídia participativa”, tais como os bloguesMas, apesar da evolução da imprensa e do jornalismo, certos princípios fundamentais conservam toda a sua importância. Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, manifesto, novamente, o meu profundo apoio ao direito universal à liberdade de expressão. Vários membros da imprensa têm sido assassinados, mutilados, detidos ou mesmo tomados como reféns pelo fato de exercerem, em consciência, esse direito. Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, 47 jornalistas foram assassinados, em 2005, e 11 já perderam a vida, neste ano. É trágico e inaceitável que o número de jornalistas mortos no cumprimento do seu dever se tenha tornado o barômetro da liberdade de imprensa. Apelo a todos os governantes para que reafirmem o seu compromisso em relação ao direito de “procurar obter, receber e difundir, sem limitações de fronteiras, informações e idéias através de qualquer meio de expressão”, consagrado no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Ao mesmo tempo, peço a cada um que exerça o seu direito de maneira responsável e, se possível, sem esperar ser pressionado pelos acontecimentos. A mídia exerce uma grande influência no comportamento humano. Por esta razão, como afirmou, recentemente, a Assembléia Geral, na resolução que cria o Conselho de Direitos Humanos, a mídia “tem um papel importante a desempenhar na promoção da tolerância, do respeito e da liberdade de religião ou de crença”. A mídia não deve ser utilizada para incentivar, degradar ou propagar o ódio. Deve ser possível dar provas de discrição, sem prejudicar as liberdades fundamentais.

Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, devemos nos conscientizar de que a mídia não pode se limitar a informar sobre as mudanças ocorridas, mas deve ser também, ela própria, um agente de mudança. Todos deveríamos ser gratos à imprensa pelo seu trabalho e pela sua imaginação. Espero que a mídia, quer as novas quer a tradicional, possa continuar a realizar o seu trabalho, livre de ameaças, medos e de qualquer outra limitação.

“Os jornalistas trabalham na linha da frente da história, tentando destrinchar o emaranhado dos acontecimentos, dando-lhes forma e conferindo sentido à nossa vida, ao narrá-los. Os seus instrumentos são as palavras e as imagens, o seu credo, a livre expressão, e as suas palavras reforçam a capacidade de agir de todos nós, tanto dos indivíduos como da sociedade.

No entanto, muitos jornalistas são perseguidos, atacados, detidos e assassinados, por realizarem este trabalho indispensável. Segundo o Comitêde Proteção aos Jornalistas, 56 jornalistas foram mortos no cumprimento do dever em 2004 . Dezenove jornalistas continuam a ser dados como desaparecidos, receando-se que tenham sido mortos, e 124 encontram-se detidos.

No Dia da Liberdade de Imprensa, prestemos homenagem aos que tombaram, vítimas dos perigos inerentes à sua vocação. Saudamos a coragem e dedicação dos jornalistas que enfrentam riscos e a barbárie pura e e simples para exercer o seu direito de procurar e dizer a verdade. E lembramos, especialmente aos Governos, que o direito de “procurar, receber e difundir informações e idéias por qualquer meio de expressão” está consagrado no artigo 19° da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A censura, a repressão da informação, a intimidação e a interferência são uma negação da democracia, um obstáculo ao desenvolvimento e uma ameaça à segurança de todos.

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é também um dia para refletirmos sobre o papel dos meios de comunicação social em geral. No contexto da celebração desta efeméride, o Departamento de Informação Pública das Nações Unidas organiza o terceiro seminário da série “Avivar a chama da tolerância” (na seqüência de sessões anteriores sobre o anti-semitismo e a islamofobia), o qual incidirá sobre a mídia que fomenta o ódio. Em Ruanda, na Costa do Marfim e noutros lugares, o mundo viu grupos fanáticos utilizarem as ondas de rádio e da televisão para difundirem mensagens incendiárias que incitam ao ódio. O seminário debruçar-se-á sobre as maneiras pelas quais os meios de comunicação social possam impedir que se ateiem as chamas do racismo e da xenofobia, promovendo a tolerância e a compreensão.

O meu recente relatório “Em Maior Liberdade” apresenta propostas, em domínios muito diversos, que visam reformar e revitalizar o sistema multilateral e a própria ONU, e pede decisões audaciosas dos dirigentes mundiais, quando se reunirem na Cúpula que terá lugar em Nova Iorque, em Setembro. A liberdade de imprensa continuará a ter um papel decisivo no que se refere a alargar a liberdade de todos. Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, reafirmemos o nosso compromisso em relação a este direito essencial bem como o nosso empenho em tentar concretizá-lo coletivamente.

MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU KOFI ANNAN, POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

“No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, reafirmamos o direito da imprensa a fazer o seu trabalho. Se as idéias e a informação não puderem circular livremente, tanto dentro das fronteiras como para além delas, a paz continuará a ser difícil de alcançar. Quando se impõe a censura, são a democracia e o desenvolvimento que saem a perder. Uma imprensa livre e independente é aquilo que dá vida a sociedades fortes e que funcionam bem, é aquilo que conduz ao próprio progresso.

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é também uma ocasião para recordar os numerosos jornalistas que perdem a vida no desempenho da sua missão. Neste momento, estão particularmente presentes no nosso espírito os catorze que foram mortos e os dois que continuam desaparecidos na guerra no Iraque. Não sabemos ainda -- e talvez nunca venhamos a saber -- as circunstâncias exatas dessas mortes. Mas sabemos, isso sim, graças ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas, que, por muito perigosa que a guerra possa ser para aqueles que asseguram a sua cobertura, na sua maioria, os jornalistas que morrem no cumprimento do dever em todo o mundo são assassinados: são escolhidos deliberadamente como alvos por exporem a corrupção ou abusos de poder; por se oporem a interesses instalados, quer sejam legais quer ilegais; em suma, por fazerem o seu trabalho. Os jornalistas são também presos pelas mesmas razões: segundo o Comitê, no final de 2002, 136 encontravam-se detidos. Muitas centenas mais enfrentam a perseguição, a intimidação e a agressão física. Muito para além das tragédias individuais que implicam, tais atos podem ter um efeito assustador na sociedade em geral, ao asfixiarem as dissenções e o debate. Não podemos, pois, tolerá-los e temos de levar os seus perpetradores perante a justiça.

Este ano, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa celebra-se num momento em que a imprensa se confronta com a complexidade do seu papel em situações de conflito armado e em que se debruça sobre as práticas profissionais e as normas éticas que devem orientar a cobertura da guerra bem como sobre as responsabilidades que continua a ter no pós-conflito.

O jornalismo implica sempre escolhas difíceis, mas o tempo de guerra acentua as dificuldades, colocando questões que constituem um verdadeiro campo minado: objetividade ou propaganda; cepticismo ou chauvinismo; visão do contexto geral ou imagens isoladas impressionantes; luta dos jornalistas para encontrar um ponto de equilíbrio entre a necessidade de objetividade e os benefícios, em termos de acesso, do fato de estarem "incrustados" nas forças militares; necessidade de transmitir o impacto do conflito, sobretudo em civis, sem mostrar imagens de morte e sofrimento que sejam uma afronta à dignidade humana; saber se uma cobertura excessiva não acaba por reduzir a nossa capacidade de sentir, de nos preocuparmos com os outros e de agir.

Uma questão que preocupa especialmente a nós, Nações Unidas, é a seletividade: por que razão, perguntamos, alguns temas e situações atraem cobertura, enquanto outros, aparentemente da mesma importância, não conseguem atingir uma massa crítica?

Não há respostas simples para estas perguntas. Enquanto continuamos a debruçar-nos sobre elas, gostaria de aproveitar este Dia Mundial da Liberdade de Imprensa para apelar à ação sobre pelo menos uma questão importante, em relação à qual todos deveríamos ser capazes de chegar a acordo: a "mídia" que promove o ódio. No Ruanda e na Bósnia e Herzegovina, o mundo viu o genocídio e crimes contra a humanidade serem espoletados em parte por campanhas de ódio nacionalistas e etnocêntricas, divulgadas pelos meios de comunicação social. Mais recentemente, na Costa do Marfim, muitos órgãos de comunicação começaram a recorrer a mensagens geralmente consideradas xenofóbicas, à manipulação política, a afirmações infundadas e à incitação à violência contra pessoas e grupos, especialmente de determinadas nacionalidades. Entretanto, a situação melhorou um pouco, mas o mundo viu, uma vez mais, que a má utilização da informação pode ter consequências mortais.

A acusação, por parte do Tribunal Criminal Internacional para o Ruanda, dos responsáveis envolvidos na promoção do genocídio pela 'Radio-Télévision Mille Collines' foi um passo significativo. Mas o que importa realmente é sermos bem sucedidos na prevenção de atos de incitamento desse tipo, no futuro. O melhor antídoto é a criação e desenvolvimento de uma mídia livre e independente, que sirva às necessidades de todos os membros da sociedade. As Nações Unidas trabalham em estreita cooperação com a mídia e as organizações não governamentais de muitos países para apoiar uma rádio e uma televisão objetivas, bem como outras iniciativas que visem promover normas profissionais e a livre troca de informação. Precisamos não só de mais iniciativas desse tipo como de as manter a longo prazo.

A Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação, cuja primeira parte se realiza em Genebra, em Dezembro, pode dar um contributo importante para a causa da liberdade de imprensa. O termo "Sociedade da Informação" é uma tentativa de apreender os novos contornos do nosso tempo. Outros denominaram-na era digital ou era da informação. Seja qual for o termo que empregarmos, a sociedade que construirmos deve ser aberta e pluralista -- uma sociedade em que todas as pessoas e todos os países tenham acesso à informação e ao conhecimento. Os meios de comunicação social podem fazer mais do que qualquer outra entidade para nos ajudar a alcançar esse objetivo e a reduzir o fosso digital. E a imprensa também pode se beneficiar com a Cimeira, se conseguir que os líderes mundiais assumam um forte compromisso de defender a liberdade da mídia. Espero que a imprensa cubra esse evento com todo o vigor que caracteriza a classe."

Fonte: www.nossosaopaulo.com.br